1.11.09

Sobre se perder e se encontrar

Uma das melhores sensações de uma viagem é encontrar um lugar que não estava nos guias (pelo menos nos que você leu), nem nas dicas dos amigos, nem nas revistas de viagem. Um lugar para chamar de seu em um lugar que não é o seu. E pra, depois, passar para frente como uma dica exclusiva e valiosa. Mas isso também tem seu preço. Pra cada pequeno restaurante barato, delicioso e escondido que você se deparar, provavelmente, vai ter sofrido algumas vezes a experiência diametralmente oposta. E perder tempo em uma viagem parece sempre ser mais doído. Depois de engolir sapos, e até coisas piores, durante um ano, as férias são aquele período em que cada segundo conta por 8. E por isso a gente se planeja tanto para elas. Daí vem aonde eu queria chegar.


Andando sem destino por Londres.

O que é melhor quando estamos fora: seguir à risca o certo e planejado, sem correr os riscos de um passeio ou um restaurante sem gosto, mas abrindo mão do inusitado? Ou tentar se aventurar por descobertas deliciosas, mas que podem também se revelar furadas além de gastar seu tempo? Essa dúvida tem muito a ver com a velha discussão entre ser um turista e ser um “viajante”. Acho um pouco pretenciosa essa conversa. Porque ver aquelas cenas de cartão postal acaba sendo uma experiência diferente para cada pessoa. Mas, ao mesmo tempo, conhecer os segredos escondidos de cada cidade sempre tem um gostinho especial. Bom, já deu para perceber que, no fim das contas, eu também não consegui ter um opinião sobre o que é melhor em uma viagem. Talvez porque o melhor seja isso mesmo: encontrar um equilíbrio entre se perder e se encontrar.


Parada deliciosamente inesperada em Barcelona.