31.8.04

Confissões de Adolescente

"Eu queria era ser funcionária pública, trabalhar 6 horas por dia e ganhar 5 mil reais. Meu negócio é aproveitar a vida e isso aqui não é vida não."

LLL comenta: então porque a senhorita não larga tudo e vai fazer um caralho de concurso público, ao invés de ficar atravancando o trabalho de quem quer se fuder feliz aqui na iniciativa privada? Hein? Hein? Hein? (É, tô atacado hoje...)

Acidentes de Trabalho

Estamos a 9855 dias sem acidentes. Mas a cada dia que passa acho que estou mais perto de zerar esse placar.

Lembrete rápido

A vida é curta pra caralho pra desperdiçarmos tempo fazendo as coisas sem paixão.

30.8.04

E a frase da semana é...

"Nada mais foi dito nem perguntado."
"Eu sofro de mimfobia
tenho medo de mim mesmo
mas me enfrento todo dia."

Millôr Fernandes

29.8.04

O melhor do Brasil

16:30 - Vanderlei Cordeiro de Lima é agredido quando liderava a maratona.

16:45 - Mesmo depois do incidente, brasileiro ganha a medalha de bronze.

17:00 - LLL é chamado para a agência, para criar um anúncio sobre o fato.

18:20 - O ressacado redator termina o anúncio. Mas continua na agência realizando outra idéia.


Mais um anúncio da campanha "Sou brasileiro e não paro de trabalhar nunca."

27.8.04

"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: 'Navegar é preciso, viver não é preciso'. Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para casar com o que eu sou: viver não é necessário; o que é necessário é criar."

Trecho de "Palavras do Pórtico" de Fernando Pessoa

25.8.04

Na pele

Funciona mais ou menos desta forma: você escuta os outros falando sobre como é bom, vê algumas pela rua e aquilo acaba despertando a curiosidade. Como seria se eu tivesse uma tatuagem? A partir desse momento é possível que você pense mais seriamente no assunto ou simplesmente deixe o tempo passar. Até que um dia ela aparece. A ilustração perfeita. Claro, tem gente que pega qualquer desenho porque "acha bonito", porque "é legal". Outros preferem fazer uma pesquisa mais detalhada. Mas, pra mim, ela surgiu naturalmente. Uma figura que tem a ver comigo, que diz algo sobre mim, e que, porque não, me completa. Começa a fase do namoro, da análise, das dúvidas, "será que é isso mesmo que eu quero?". Porque não dá simplesmente para pensar "Ah, se não ficar bom, eu tiro". E, assim, chega o dia da decisão enfim tomada. Felicidade e ansiedade em doses iguais por aquilo que somente está por vir. Mas tudo isso passa e vem a dor. Estridente, desconcertante. Sim, suportável, mas que desestabiliza e, por alguns instantes, faz esquecer todas aquelas coisas boas do processo: a escolha do desenho, as melhorias feitas nele com o tempo, a notícia dada aos amigos. Uma dor que, apesar de tudo, é necessária. A gente levanta daquela mesa e promete nunca mais se sujeitar àquilo de novo. Passar por tanto sofrimento não vale a pena. Não compensa. Aos poucos a ferida das agulhas cicatriza. Cria-se uma casca, preparação para a pele nova que nasce. A coceira te recorda algumas vezes do que a pouco você passou. Até que um belo dia, do nada, você se esquece. Da tatuagem e da dor. E olha que o desenho está ali. O sentimento, não mais. Vez ou outra a gente dá de cara com a imagem te olhando no espelho. Ou alguém te lembra dela. Mas a marca já se incorporou. Depois de tudo já não parece tão absurdo fazer outra. E foi assim, pensando em fazer minha segunda tatuagem, que eu encontrei, despretensiosamente, uma interessante metáfora para o amor.

Cante com o LLL

Pra aprender a ler,
pra isso não tem hora.
Pode ser de dia,
pode ser de noite,
pode ser agora.

Pode ser jovem,
pode ser adulto
ou aposentado.
Pra aprender a ler
só não pode ficar parado!


24.8.04

Carrie, a estranha*

Pensei em escrever sobre o perfil dos homens da série, sobre o velho teorema "é dos cafajestes que eles gostam mais", sobre o machismo do último episódio e sobre uma infinidade de outros aspectos do final de Sex and The City. Mas como as emoções que me tomaram conta não permitiram, prefiro deixá-los com o texto da Carla Rodrigues do nomínimo.com sobre o destino de Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte.

*O título desse post era o título de um dos meus textos, o que falava sobre Carrie ter detestado Paris. Tsc, tsc, tsc...

Se eu não fosse publicitário...

... seria escritor de besteiras do Sony Entertainment Television. Se já não bastassem as hilárias vinhetas do canal, agora resolveram mudar os nomes das séries em homenagem às Olimpíadas. Alguns exemplos:

That's LXX's Show (That's 70's Show)
Law & Order: Criminal Intakis (Law & Order: Criminal Intents)
Greek Dreams (American Dreams)
Scrubpoulos (Scrubs)
Joan of Athenas (Joan of Arcadia)
CSI Creta (CSI Miami)
e a minha predileta: Will & Greece (Will & Grace)

23.8.04

Momento Olímpico

A Daiane não foi bem, mas o diretor de arte da agência imitando a coreografia dela no meio do corredor valeu nota 10! Hauhaauhaauahauahau

22.8.04

Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá

Desculpem o trocadilho, mas dá muita pena mesmo de quem compra um livro de auto-ajuda empresarial chamado "O que podemos aprender com os gansos?".
Eu ia comparar toda a comoção gerada com a morte do índio Galdino, queimado aqui em Brasília, com as notícias sobre os 15 feridos e 6 mortos nas ruas de São Paulo. Mas como sempre tem alguém pra dizer que não dá pra comparar, que é diferente, que aqui foi pior, prefiro ficar quieto.

20.8.04

Olimpícas

Li hoje no blog da Adriana Max a incrível história das ginastas romenas que participaram de um DVD japonês no qual apareciam se exercitando NUAS nos aparelhos. Essa cabecinha aqui, que não consegue ver uma besteria sem pensar em outras, ficou logo imaginando como seriam os títulos dos filmes se as mocinhas partissem de vez para o mundo pornô...

"Agarrada na barra"
"Me deita no solo"
"A mestre dos aparelhos"
"O cavalo e eu"

A cidade de Lucio

A razão do meu nome é bem menos nobre (história para outro post), mas para todos que me perguntam, respondo que sim, meu nome é uma homenagem a Lucio Costa, o "inventor" de Brasília. E a reportagem sobre o urbanista na Veja desta semana me deixou ainda mais orgulhoso da decisão não intencional de meus pais. Ela fala sobre o acervo de Lucio que está sendo compilado e estará disponível na Internet em breve. São cartas, esboços, comentários e muita, muita sensibilidade. Isso é o que dá para perceber pelo pouco que se mostrou na matéria. E uma coisa particularmente me tocou: o seu carinho por Brasília. Sim, era um carinho quase paternal e não um orgulho egocêntrico que ele sentia pela capital. Sentia-se magoado com as críticas à cidade que não permitia a flânerie, os passeios à pé. E a defendia sempre que possível. Mas de tudo ficou a constatação feita pelo próprio Lucio em uma vista à nossa cidade em 86: "Brasília + gente, convívio normal das pessoas com a beleza". Graças a você, Lucio. Graças a você.

19.8.04

Óleo de Peroba

Você acaba de levar um baita de um esporro (desculpem a expressão) de seus chefes numa reunião em que a frase mais branda foi "Quem aqui precisa desse emprego?". A qualidade do seu trabalho, sua responsabilidade e seu comprometimento foram abertamente questionados diante do seus colegas de profissão. Ameaças veladas foram feitas no que se refere à sua continuidade no emprego. Depois de um panorama desses o que você faz?

Opção A - Cai desesperadamente de cabeça no trabalho fazendo todos seus jobs e ainda virando noites para fazer trabalhos não pedidos para mostrar pró-atividade.

Opção B - Desinstala o Messenger do seu computador e sai do Orkut para se concentrar mais nos seus trabalhos.

Opção C - TRAZ UMA TELEVISÃO DE 12 POLEGADAS E A COLOCA DO LADO DO SEU MONITOR PARA ASSISTIR AS OLIMP�ADAS.

Não, eu não estou brincando.

18.8.04

Nossos comerciais, por favor.

Anúncios de página dupla, simples, 1/4 de página e rodapé. Filmes de 1 minuto, 30 e 15 segundos. Comerciais para rádio. Textos de merchandising e testemunhais. Outdoors, backligths e todo tipo de mobiliário urbano. Comunicados, folhetos, catálogos, adesivos. É, eu nunca escrevi tanto. E nunca disse tão pouco.

16.8.04

Mudar pra quê?

O convite era para escrever um texto qualquer com o tema "Transgressão" para uma revista chamada Verborragia, só de redatores publicitários. Acabei transgredindo o prazo por não gostar do que escrevi. E também por motivos "políticos". Vai pro baú então.

Naquela manhã cinza e qualquer não levantou com despertador. Não escovou dentes, não tomou banho e nem mesmo rosto lavou. Também não penteou cabelos. Não escolheu meias que combinassem com sapato, gravata que batesse com camisa, cara que compusesse com humor. Não tomou café. Descafeinado. Escolheu não caminhos traçados, senão trajeto longo para diário mesmo lugar. Não chegou quando combinado. Não deu bom dia, cumprimento ou olhar. Sem esforço, não pensou prazos, trabalhos, chefes. Nem olhos dela mais lembrou. Não pressionou teclas ou escutou bips. Não, nada. Procurou também não pensar tudo que havia deixado para trás. Mas, instintivamente, voltou atenção para 30 minutos passados de vida. E se deu conta de que dela não tinha forças para escapar.

"Escapa de tu casa,
escapa de tu familia,
escapa de tu trabajo
y vive la vida"

Escrito em um banco de madeira em Barcelona


12.8.04

A ruína!

Falência! Bancarrota! Miséria! Fome! Tudo porque acaba de ser lançado isso. E nos Estados Unidos. Se já não bastasse me afundar no vale negro do cartão de crédito, ainda tinha que ser em dólar. Nossa Senhora dos Frilas, rogai por nós.

Pra que serve a vida

Enquanto minhas próprias palavras não vêm, deixo vocês com as do blog Alfarrábio, do Paulo Bicarato, e um texto maravilhoso sobre pra que serve o Orkut. E eu completo: é pra isso que serve a vida.

11.8.04

Um passo à frente e você não está no mesmo lugar

Chega de pataquada. Vamos colocar esse buteco para funcionar.

6.8.04

Da série: "Ditados Modernizados"

Minha vida é um blog aberto.

08.10.03

Rico mesmo vai ficar o cara que inventar um Engov para ressaca moral.

12.04.03
Que me perdoem os diretores de arte, mas texto é fundamental.

07.02.03
O trabalho enobrece o homem. E muito mais o patrão do homem.

05.02.03

4.8.04

Conto(s) de Amor(es)

Ele era apaixonado por galeto. Certo, certo... Com tantas coisas mais interessantes para se apaixonar - literatura, cinema, arqueologia, história natural, etc. - foi se tornar logo um amante de galetos. Um prato que não freqüenta nem as caçarolas de chefs famosos, nem os pratos de exigentes gourmets. Mas com um homem e suas paixões não se discute e ele era louco por galeto. Ao menos não era por qualquer um. Somente aquele assado lentamente na brasa e temperado com as mais frescas e fragantes especiarias. Nunca se atrevera, por exemplo, a tentar ele mesmo preparar sua comida preferida. A simples probabilidade de experimentar seu prato, feito por mãos inaptas, lhe tirava a fome. Por isso, passava dias à procura de novos restaurantes onde pudesse apreciar a carne. Foi em um desses lugares, uma pequena galeteria no centro da cidade, que conheceu Amanda. Era a filha do dono do restaurante que, vez ou outra, ajudava o pai à atender os famintos clientes. E a abrir seus apetites. Tão bonita que apenas uma vez, aquela vez, ele se distraiu da sua comida por um outro motivo. Acabaram se conhecendo, se enamorando e, com o tempo, surgiram os primeiros convites para que voltasse à galeteria. No começo, até se esforçava para pagar as contas mas, diante das constantes recusas, passou apenas a comer, sem outras preocupações. E não saboreiava o acepipe somente por não ter que pagar ou como forma de agradar os parentes de sua namorada. O galeto suculento daquela família realmente figurava no seu "Hall da Fama" de galetos. Palavra de especialista. Assim, depois de muitos galetos passados por seus talheres, acabou se casando com a moça e superaram, até, a primeira crise da união, causada por uma discussão sobre o menu da festa de casamento. Mas, com os anos, ele se deparou com uma dúvida que lhe tirou o sono por várias noites. Numa dessas peças que prega o destino, não teria ele, mesmo que inconscientemente, casado com a bela loira gaúcha apenas pela conveniência que lhe traria para saborear constantemente o seu tão amado galeto? Com Amanda seu prazer era mais fácil. Prendada, aprendera à preparar o assado em casa e ele já não precisava nem mais ir à rua para consumar, e consumir, sua paixão. Quando o sabor caseiro lhe entediava, bastava recorrer ao restaurante de seus sogros. Não gastava mais dinheiro, não perdia mais tempo consultando revistas e guias gastronômicos, não existia mais a preocupação de uma "entre-safra" de galeto. E a dúvida o angustiou até chegar ao cúmulo de mensurar, apontando em uma folha de papel, os prós e contras do prato e de sua esposa. Ao fim do dilema, escolheu deixar sua mulher. Se seu amor não era forte o bastante para decidir rapidamente uma questão estapafúrdia como essa, era melhor não estarem juntos. E percebeu, também, que já era hora de parar de comer os tais galetos.

04.02.03

3.8.04

Coração espetado

Cupim. Cada vez que eu penso nisso fico mais puto. Como ela pode ter me largado, puta que pariu? Costela. Mulher é foda. Aquele jeito de suburbana, de garota de morro. A grana que gastei com roupa, tratamento de pele, levando pra lugar chique. Coração de galinha. Claro que amor se compra com dinheiro, cacete. Duvido que ela vá encontrar alguém que a trate do jeito que eu fazia. Tudo do bom e do melhor. Costelinha de porco. O pior é que os amigos avisavam. Essa merda de ficar apaixonado faz a gente de otário mesmo. Picanha. Apaixonado... Paixão porra nenhuma. Todo mundo sabe que eu só queria mesmo era comer aquela sacana. Filé com bacon. Porra de crise de ansiedade. Lá se vai pra cucuia o meu regime. Também foda-se. Alcatra.Tomara que meu estômago exploda, que eu morra. Melhor do que ver de novo a cara daquela vagabunda.

(N.A.: Esse texto foi originalmente escrito para um concursos de contos sobre os maiores gols da história do futebol. Na versão original, a ida até o rodízio era a minha explicação para o gol de barriga do Renato Gaúcho na final do Campeonato Carioca de 1995. Como não o encontrei, resolvi reescrevê-lo. )

29.10.03

2.8.04

Seis números

Olhava resignado para o volante que segurava. No estômago sentia o revirar dolorido da apreensão. No bolso o peso do Taurus modelo 82S. Gastara seus últimos reais, emprestados, no revólver. Calibre .38 especial, cano de 76 mm, acabamento em aço inox. Seis tiros. Seis números. Estava decidido: sua vida agora estava nas mãos da Caixa Econômica Federal. Ia pro tudo ou nada. Apostara todas as fichas. Ou acertava aqueles malditos números ou dava cabo daquela vida miserável. Vida que passara num flash ao marcar o cartão esverdeado. 07 e 10. Dia e mês do seu nascimento. Ou quando sua desgraça começara, como costumava dizer. 22. A idade que tinha quando deu seu primeiro beijo. "Agora passa pra cá meu dinheiro", escutou logo depois. 30. A idade que se casara com Marlene. 42. O tamanho dos sapatos que encontrara escondidos no armário e que não eram seus. 43. A idade em que finalmente teria paz. Ou a dos milhões ou a do descanso eterno. O sorteio era em Esteio, terra para onde se mudara, certa vez, para encontrar uma desejada namorada por correspondência e encontrara um rapaz franzino lhe esperando. Mais um sinal de que, daquele lugar, sairia a solução que poria logo fim a todos os percalços, as humilhações, os azares, as tristezas, os desencontros e os desenganos que acumulara durante todos aqueles anos. E, sorteados os números, o prêmio também acumulou.

14.01.04

1.8.04

Eu vi! Juro que vi!

No Parque da Cidade, um stand da campanha "UFOs. Liberdade de Informação já!" que quer mandar ao Congresso Nacional uma petição para que toda informação sobre atividade extraterrestre no país seja tornada pública pelo Governo brasileiro. Acha que é brincadeira? Pois não é. O movimento é apoiado por organizações sérias como Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres pelo Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais, além do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores, do Núcleo de Pesquisas Ufológicas e pela Revista UFO. Pra quem só acredita vendo, eu tenho aqui comigo um folder da campanha. Então tá, então.