23.12.04

Pequeno Conto de Natal

�Minha vida é um saco� blog
23.12.2004

Saco. Deixei tudo pra última hora de novo. Vai ser uma confusão pra arrumar o presente de todo mundo a essa altura. Ainda mais com essa dor no joelho. Maldita dor no joelho. Quando eu era magrinho e esbelto não tinha essa porra dessa dor no joelho. Lógico. Era tanta gente pra presentear, tanta coisa para arrumar, que, mesmo com o corre-corre, eu gostava. Porque, pelo menos, me deixava em forma. Agora só sobraram uns gatos pingados e essa barriga. Essa solidão da velhice é uma merda mesmo. Ninguém acredita em você e ainda tenho que ficar dando presentes pros chatos que ainda te dão um pouco de atenção. Às vezes o que eu queria era que esses também me esquecessem logo para eu poder me aposentar de vez e, sei lá, ficar esturricando numa sauna qualquer pra esquecer esse frio louco.


O sinal do Outlook avisa que chegou um e-mail novo. Ele minimiza o Safari. E abre a mensagem.

From: lborges@yahoo.com
To: sclaus@claus.com
Subject: Presente

Eu não quero presente esse ano não. Eu só queria te desejar um Feliz Natal. Compre alguma coisa bem bonita pra você. :)


Ele parou por alguns segundos. Abriu de novo o Safari e apagou o post que escrevia. Rapidamente digitou um novo e clicou em �Publish�

�Minha vida é um saco� blog
23.12.2004

Saco. Feliz Natal pra vocês.

Posted by S. Claus at 10:00 AM - Comments (0)



Saco. Eu queria escrever um coisa bem anti-Natal. Sou um bocó mesmo. Enfim. Bom Natal, Ano Novo e até dia 03 de janeiro.

Caixinha de Natal do LLL

Você, que passou o ano passando por aqui, anônimo ou não, deixe uma contribuição na minha caixinha de comentários pelo menos nessa época de confraternização. Qualquer "oizinho" tá valendo. Só preu saber que vocês estão aí. :)

22.12.04

Crases go Crazy

Calma, muita calma. Aqui, no trabalho, eu sou muito bem assessorado por ótimos revisores, viu gente?

Love Story*

Eu já desconfiava que São Paulo era uma cidade estranha, mas ontem tive a confirmação. Só mesmo lá pra eles colocarem a parte feminina e a parte masculina da Zara em lojas diferentes. Não é só a beleza das roupas que me atraem ali. Também a engrandecedora experiência de passar por dentro da seção para mulheres e conferir as tendências estéticas para elas. Só não se enganem. Quando eu falo isso, me refiro mais às tendências estéticas delas mesmas do que às dos trajes. Mas porque diabos estou falando essas coisas? Sei lá. Só uma súbita vontade de reafirmar a minha masculinidade. Vai encarar?

*E o título interno é uma homenagem a eles, que já há algum tempo vem com essa teindêincia de criptografia blóguica.

21.12.04

Aviso aos desavisados

Se falarem pra você que a publicidade é uma grande festa, com bebida e comida à vontade, mulheres lindas, música boa, muita animação, farra e glamour, pode acreditar: é verdade. Pelo menos uma vez por ano.

20.12.04

Papelzinho x Papelão

Se amigo oculto fosse divertido não tinha só uma vez no ano.

19.12.04

Escreva Djá!

Problemas de insônia? Tenha um blog!

Gran Circo da Vida

Há anos a voz não ecoava tão engraçada. Nunca o falso tapa soou tão verdadeiro. As cambalhotas pareciam ser feitas por um ginasta. As piadas se encaixavam milimétricas umas nas outras. Os gritos, risadas e aplausos das crianças foram ensurdecedores. No dia mais triste de sua vida fez sua melhor apresentação. E, já no silêncio do camarim, olhou para o espelho e as lágrimas se encarregaram de tirar sua maquiagem.

17.12.04

Comprinhas

Já reparou como toda época de Natal os lojistas reclamam das vendas? O presidente da Associação Comercial, da CDL, do diabaquatro deve ensaiar o ano todo para fazer aquele tradicional pronunciamento: “as vendas caíram xis por cento em relação ao mesmo período do ano passado�. Não sei como não chegamos ainda no zero. “Nenhuma loja vendeu nada. Nem um CDzinho este Natal.� Essas vendas só caem! Será que eles querem que a gente fique com pena, é isso? Porque é muita cara de pau mesmo falar essas coisas com os shoppings abarrotados do jeito que estão. Você me convence que existe Papai Noel mas não me faz acreditar que aquelas pessoas estão ali para não comprar nada. Realmente, estamos na melhor época do ano para passear no shopping. “Amor, vamos pegar um engarrafamento louco, brigar por uma vaga no estacionamento, enfrentar filas nos banheiros e esbarrar nas pessoas no shopping?��Claro, benzinho. Vamos levar as crianças também pra elas se perderem.�

16.12.04

Plaquinha do LLL

"Não dou bola para anônimas."

:)))

Pare, agora!

Tem uma lei aqui em Brasília que obriga os condomínios a colocarem uma plaquinha nos elevadores dizendo "antes de entrar no elevador, verifique se ele está no andar." Claro, é uma lei bem intencionada. Até São Pedro duvidou, mas já chegou gente lá em cima dizendo que foi entrar no elevador e ele não estava onde deveria estar. O problema é que, do mesmo jeito que ninguém mais presta atenção onde pisa, também está pouco ligando pra plaquinha. "Já sei, já sei... Olha pra não cair no buraco." E vai entrando. Virou paisagem. Logo algum deputado vai inventar de sinalizar que ali existe uma sinalização pra que você não se esborrache no fosso. Eu, particularmente, acho que a gente poderia dar um outro uso pra essa idéia, que não é de todo má. A Câmara podia obrigar as pessoas a usarem uma plaquinha desse tipo. Você chegaria num rapaz, num bar, e lá estaria o aviso no pescoço dele: "antes de se relacionar, olhe bem com que você está se metendo." Acho que salvaria mais vidas.

15.12.04

Ma-material boy

Intelectualize-se. Desapegue-se. Interiorize-se. Instrua-se. Integre-se. Desambicione-se (existe isso?) Solidarize. Evolua. Mas não me perturbe se eu acho mais fácil encontrar o sentido da vida alugando o filme do Monthy Python.

13.12.04

Guerra e Paz

Não é à toa que o mundo está tão cheio de guerras. As coisas andam muito civilizadas no dia-a-dia. Parece contradição, mas não é. Você vai a uma festa e estão lá, todos os ex namorados confraternizando, batendo papo, sorrindo. Nenhum barraco, nenhuma troca de acusações, nem mesmo um olharzinho torto. O pessoal acaba tendo que descarregar as tensões em outras coisas, ora. Se as coisas fossem como antes não estaria essa bagunça por aí. “Jogar avião nas Torres Gêmeas? Deixa isso pra lá, Ahmed. Quebrei o pau com minha ex ontem e não estou com cabeça agora.�

85

O Eugênio Mohallen que fala que não pode ser sério um país que comprou o Acre. E eu completo que não pode ser séria uma cidade que, na mesma rua, tem uma loja chamada "Dessência" e outra com o nome "Contra Sensura".

Em tempo: apesar dessas coisas me incomodarem, eu não deixo de me divertir em cidades não-sérias.

8.12.04

Na veia

Só quem gosta de futebol pra entender uma expressão como "na veia". Aquele chute que o jogador acerta de uma forma que poucas vezes se consegue. Com força, velocidade, precisão e, o mais importante de tudo, beleza. Um chute na veia invariavelmente acaba nas redes e é um momento inesquecível para quem assiste. E, melhor do que ver, só mesmo acertar na veia. Sentir a sensação de participar da jogada, suar e ser recompensado por isso. Então agora me dêem licença que eu vou ali comemorar meu gol.

7.12.04

What a wonderful world

Cheguei a uma conclusão inusitada esses dias: o mundo seria um lugar melhor se fosse como a Pizzaria Dom Bosco. E só vai rir dessa idéia quem não conhece o lugar. Por lá, engravatados, hippies, malhadores, patricinhas e todo tipo de gente convive harmoniosamente. Conversam entre si os mais variados assuntos, sem imposições. Mesmo estando todos de pé, encostados no balcão, ninguém se sente desconfortável. O conforto está na simplicidade. O serviço é rápido e também não distingue credo ou cor. E não é preciso mais do que uma pizza de mussarela com molho de tomate pra fazer todo mundo ali feliz. Até porque não se vende outra coisa. Mas, quem vai lá, sabe que ela vai estar sempre quentinha e com o mesmo delicioso sabor. Não tem decepção. E não tem ficha, cartão, comanda, nada. Cada um guarda na cachola o que consome e, na saída, faz um relato do que comeu. Se você quiser, pode falar qualquer coisa. Dificilmente alguém vai fazer alguma coisa se você mentir. Fica por conta da sua consciência. E apesar das calorias consumidas com uns poucos reais, que além de tudo esse universo é um lugar barato, a gente sai de lá mais leve. Fica então a idéia de colocar o Eli, o dono meio mal-humorado da Dom Bosco, como gerente do mundo. Pelo menos mate não vai faltar.

(Pra ler escutando "Um passeio no mundo livre", do Chico Science)

5.12.04

Ouvindo no Parque

Ao invés de um walkman, prefiro ficar ligado nas conversas das pessoas que passam por mim no Parque. E daí surgiu essa nova série do LLL. Frases pinçadas aleatoriamente, fora de contexto e que, pra mim, servem muitas vezes como pequenos oráculos do dia-a-dia. Pode ficar à vontade para usar também. E essas duas primeiras, de hoje de manhã, são facilmente aproveitáveis:

"Esquece de tudo. Se concentra no que você tem que fazer."
"Não precisa correr. Só precisa andar mais rápido."

Sinal dos Tempos

A mãe chegou com seus 3 filhos ao shopping e foi direto ao encontro de Papai Noel. O plano era simples: depois que as crianças contassem o que queriam ao Bom Velhinho, ela chegaria disfarçadamente até ele que lhe revelaria os pedidos.
- E então?
- O Marcelo quer um boneco dos Action Powers, o André um skate. A Bárbara, lindinha, pediu a paz na Terra.
- Ótimo. Um presente a menos pra comprar.

30.11.04

Good guys go to Sky's

Foi comendo um X-Egg Frango Salada do Sky's que eu tive uma visão. Não, não foi alucinação causada pelo teor de gordura da famosa maionese do lugar. Vi foi a nova embalagem para viagem dos sanduíches. Com um personagenzinho que agora representa a lanchonete: um anjo de cachos dourados. Ora, não é porque se trata de uma rede de fast-food que eles são obrigados a saber a diferença entre heaven e sky. Mas essa pequena confusão foi a faísca que faltava para completar um raciocínio que me persegue faz alguns dias. Acho que da mesma forma que Hollywood estragou a cabeça das meninas dizendo que existe por aí um príncipe encantado para cada uma delas, embananou a dos meninos falando que o bom moço sempre vence no final. Bullshit! A tradução "bons garotos vão pro céu" vai ver era para ser literal. Eles voam, são ejetados, atirados para o alto e para longe como o Homem-Bala. Exemplo rápido: um "posso ajudar em mais alguma coisa?", às 8 da noite, é a diferença entre estar em casa descansando e estar aqui até agora trabalhando. O bad guy teria saído de fininho para ver os westerns na TV e rir com o desfecho meloso. Isso só para ficarmos nos exemplos profissionais. Mas a virada de ano é uma boa hora para mudar. Pela primeira vez vou querer começar mau, com "u" mesmo, um ano. E não deve ser tão difícil assim aprender a pisar no pescoço dos outros, não é verdade?

Bem-vindos ao novo LLL. A partir de agora, mesmo puto e triste, os textos serão sempre bem-humorados, irônicos e cínicos. Não nessa ordem. Nem necessariamente tudo junto. Espero que meus 3 leitores gostem.

Poemédico (ou "O amor é portador de deficiência visual")*

Parece até ironia
Mas pra alguns casos de miopia
Só mesmo uma cardiomioplastia.


* À moda do Millôr

25.11.04

Once again



"With you, I'm in real danger. It seems like a perfect situation, apart from that foul temper of yours, but my relatively inexperienced heart would, I fear, not recover if I was once again cast aside, which I would absolutely expect to be."

O homem invisível

Dia após dia ela olhava diretamente para o seu coração, enxergava a sua alma. Pulsantes e expostos em forma de palavras. Mas com um silêncio que o deixava inquieto e, pior, o fazia se sentir invisível. Nem acenos, sorrisos ou gritos desesperados a moviam em sua direção. Passou a acreditar que nada daquilo era real. E, assim, a prova da sua própria existência, agora, dependia de um leve carinho no rosto dela e umas poucas palavras: “Este sou eu de verdade.�

24.11.04

Trilha Sonora de um Dia Improdutivo

Sunshine featuring Audio Bullys - Erick Morillo

23.11.04

Campanha Megera Esperança

Clique no selo aí embaixo e ajude duas Megeras a ganharem o IBest.

22.11.04

Prazer em série

Suas vítimas tinham sempre o mesmo perfil. Mulheres, na faixa de 35 a 50 anos, casadas. Mas a caracterísica que procurava mesmo em seus alvos era um peculiar olhar opaco e vazio. E, assim, caminhava despreocupado por parques, ruas e shoppings. Com a visão atenta, mirando sempre nos olhos da metade feminina dos casais. Parava nas vitrines, fazia pequenas compras, mas, em nenhum momento, desviava a concentração do que realmente estava fazendo ali. Até achar quem procurava. O modus operandi em seguida era sempre o mesmo: cruzava frontalmente com o casal e disparava. Enchia-se de uma intensa auto-confiança e, com uma precisão espantosa, lançava seu sorriso incandescente, malicioso, e um olhar cobiçoso de mesma medida. Procurava perceber todas as reações de sua vítima nos poucos segundos que se seguiam. Identificava claramente no rosto delas o mais discreto rubor, a surpresa ou o desconcerto. Via rostos mortos se iluminarem, rugas desaparecerem momentaneamente, lábios levemente se separarem. E de tudo isso tirava seu prazer. De pensar na sensação daquelas mulheres se sentindo novamente desejadas, da maneira mais instintiva, mesmo que por um estranho. Como se uma segunda puberdade florescesse e elas pudessem retomar parte da sua feminilidade perdida. Depois continuava andando, sem olhar para trás, rumo à uma próxima vítima. Ao próximo gozo.

19.11.04

Currahee

Aviso aos queridos leitores do LLL que passarei este fim de semana na Europa. De 1944.

Pra quê melhorar se pode piorar?

Porque o ser humano sempre faz coisas que sabe irá se arrepender depois?

18.11.04

Aniversariante do dia

Não é porque o mundo desmorona, a chuva cai e o frio assola que eu deixaria de comemorar. Aniversaria (existe isso?) hoje uma das mais antigas e incógnitas leitoras do LLL. Parabéns, Ju. Continue tentando adivinhar as entrelinhas por aí e, se não entender as minhas, é só perguntar. :D

17.11.04

Game Over

Como diria o Arafat, eu perco a madrugada trabalhando pero el humor, Hamas.

Fui dormir. Tchau.

Nem tudo está perdido

Em compensação, imobilizei ontem o dedo médio (a.k.a. pai-de-todos) da mão esquerda. Ótima maneira de mandar pessoas indesejáveis, incoerentes, inaptas, insensíveis e inconvenientes praquele lugar: "Olha, machuquei o dedo."

Unnorthed

Tanto as coisas difíceis como as fáceis são geradoras de tensão e o seu grau de estresse pode estar maior do que você tinha imaginado. Cuidado para não se descontrolar em público. (Fonte: �rvore do Bem)

LLL comenta: já era

A malévola vingança de LLL (malévola é pior que maligna?)

O mundo anda me sacaneando. Mas eu vou dar o troco. E vai ser bem assim, ó: uma das minhas resoluções de Ano Novo vai ser aprender a tocar um instrumento. Tipo um pandeiro ou um batuque desses qualquer. Para não ter trabalho nem de aprender as notas musicais. E depois eu vou usar todo esse meu maravilhoso talento criativo, desperdiçado nessa praga capitalista chamada publicidade, para compôr. E aqui vem o plano maquiavélico (maquiavélico é pior que malévolo?): só vou escrever música brega, pop-chiclete, axé e forró. Pra tocar na rádia até encher o saco. Quem viu meu comercial na TV sabe que eu sou capaz disso. Vou adotar um pseudônimo tipo Ronny Silva ou coisa parecida. Vou inundar a MPB com aquelas musiquinhas com duplo sentido. A “Dança do Pica-Pau� vai ser a primeira delas. Vou falar de amor e de coração partido nas outras. Vou fazer canções para Elymar Santos, Katinguelê e até bolero pro que sobrou do Trio Iraquitan. Vou fazer parceria com o Peninha, ficar rico e sair na Caras na minha mansão na Barra da Tijuca. Ou meu apê no Chopin, ainda não sei. E depois vou lançar um álbum só com minhas composições. Com participações de Rosana, Reginaldo Rossi e Jane Duboc. Aí, vou dar entrevista no Jô e vou chorar falando do povo sofrido do Brasi que tanto carece de música que toque fundo, que emocione e faça pensar ao mesmo tempo. Tudo isso até um de vocês, leitores dessa joça, se lembrarem do que escrevi hoje aqui. Amargurado por eu não ter dado uma cueca autografada e ter fingido que não te conhecia na saída do Pistão Park Show, você vai me desmascarar no Programa do Ratinho ou do Raul Gil. Mas aí vai ser tarde. Já estarei gastando o dinheiro dos meus milhões de LPs vendidos, mais o dinheiro dos CDs piratas que eu mesmo controlarei a produção, na Suíça. Acompanhado da minha namorada sueca e peituda, que tocará música clássica e jazz, seminua ao piano, todas as noites para mim. E eu lá, esparramado e rindo das letras infames que dominaram o país. Desculpa, amiguinhos, mas todos têm sua parcela de culpa. Ou seja: cês tão fodidos.

Eu comi um negócio aqui na agência agora a pouco que não me fez bem...

16.11.04

Desabafos Publicitários

"Porque não fui ser gari?" Da mocinha do atendimento.

É... A coisa tá feia aqui.

Música para um dia frio

Eu não caibo mais nas roupas que eu cabia,
Eu não encho mais a casa de alegria.
Os anos se passaram enquanto eu dormia,
E quem eu queria bem me esquecia.

Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Não vou me adaptar.

Eu não tenho mais a cara que eu tinha,
No espelho essa cara náo é minha.
Mas é que quando eu me toquei, achei tão estranho,
A minha barba estava desse tamanho.

Será que eu falei o que ninguém ouvia?
Será que eu escutei o que ninguém dizia?
Não vou me adaptar.

Não vou me adaptar - Titãs

O homem do tempo

Acordou com a manhã cinza mas não se levantou. Da cama percebeu o frio. E sentiu, por dentro, o clima lá fora. Foi atingido pelo vento gélido da lembrança, que lhe doeu o estômago e paralisou a espinha. Então, naquele dia, resolveu não trabalhar. A emissora ficou sem seu homem do tempo. Porque ele também estava sujeito a chuvas e trovoadas.

Da série: rir para não chorar

"Colin Powell deve assumir comando técnico do Flamengo. O ex-Secretário de Estado do governo Bush não teve como recusar o convite do amigo Júnior Baiano." Tutty Vasques

Em quem eu acredito?

Friedmans... Meet the Friedmans,
They're a modern paedophile family.
From the town of Long Island,
They're a page right out of history.

O Pedro de sempre

¡Fuerte, tío!

Awful reasons to like The Awful Truth

# 1 - Somente nesse programa você verá um doente de diabetes distribuindo convites de seu próprio funeral para os executivos do plano de saúde que lhe negaram um transplante de pâncreas.

Awful reasons to like The Awful Truth

# 2 - Em nenhum outro programa você verá velhinhos sem laringe, cantando músicas de Natal, usando voice boxes, na frente da sede da Phillip Morris e da RJ Reynolds (Camel).

: The Awful Truth, o programa de televisão do Michael Moore, está de volta à TV a cabo no Canal Sony, todas as sextas, às 21 horas

Feriado Prolongado

Sem bebida. Sem drogas. Sem mulheres. Sem festas. Sem rock 'n' roll. Sem música eletrônica. Sem internet. Deus abençoe a TV a cabo e o DVD.

12.11.04

Consultório do Dr. Lewkovicz, bom dia.

Não sei quanto a vocês, mas eu não sou do tipo de levar problemas pessoais para o trabalho. Tá, eu levo sim. Mas eles ficam confinados entre a minha cabecinha atormentada e a tela do computador. O problema é que eu sou o único a fazer isso. Neuroses, por aqui, são tratadas em praça pública. E o pior: a pauta das conversas são sempre os assuntos relacio-sentimentais. Vocês não sabem o que é conviver com meninas chorando enquanto trabalham, presenciar reuniões de marmajos falando de paixões não correspondidas, participar - involuntariamente - de pesquisas para saber se fulano deve ou não ligar para sicrano. Imagine vários colegas de trabalho jantando juntos, na agência, e um estagiário contando de todas as confusões com sua ex-namorada que agora o chama "para conversar". Chegamos a um ponto de gente pedir para sair mais cedo porque não está em "condições psicológicas para trabalhar". Saudades do tempo em que o máximo que se comentava dos problemas pessoais era a morte de algum parente. "Poxa, que pena. Podemos continuar a fazer esse anúncio?"

10.11.04

Piada de Verão

Horário de Verão é bom porque você pode sair para tomar um chopp, no happy hour, com o dia ainda claro.
Ã-hã...

Um bofe no show do Pet Shop Boys


A imagem que não aparece aqui vem lá do rmx

Tá, eu assumo. O Pet Shop Boys foi um dos meus grupos preferidos, lá nos anos 80. E voltar para aquela época, quando minhas únicas preocupações eram tirar o cadarço do meu Redley e escolher com que roupa da OP eu iria à festa, era uma boa desculpa para ver um show da dupla. Então lá fui eu para mais um dia de TIM Festival. E o PSB correspondeu às minhas expectativas. Nem surpreendeu, nem decepcionou. Foi lá e fez o que tinha que ser feito. Alternou momentos para a pura contemplação do público com hits próprios para ataques histéricos. Destaque para "Always on my mind", "Left to my own devices" e "It's a sin". E apesar do frisson, o público estava muito comportado. Quem esperava uma festa estilo Le Boy desperdiçou o modelón. Rmx (supra-linkado), que me assegurou que as Barbies tirariam a camisa mesmo com o ar condicionado congelante, estava lá e pode confirmar o que estou dizendo. No mais, nada demais. Foi bom para relembrar os velhos tempos. E para rever o Neil Tennant, vocalista do Pet Shop Boys, que jantou numa mesa perto da minha lá mesmo no TIM Village. Mas isso já é outra história.

Tá todo mundo louco, oba!

Vocês assistem Saturday Night Live? Lembram das temporadas passadas? Daquele Weekly Update em que a Molly Shannon fazia um quadro chamado "This World is Crazy"? Pois então. De vez em quando eu tenho vontade de entortar a boca, revirar os olhos, rotacionar os indicadores nas laterais da cabeça e falar para alguns clientes: "You're crazy! CraaaAAaAaAAAazyyyyy! Cra-cra-cra-cra-zyyyyyyyy!!!!". Pronto. Passou.

9.11.04

Da boca pra fora

Sua mãe, já senil, a acordava todas as manhãs aos berros. As contas atrasadas lhe tiravam o sono. O namorado a trocara por uma garota “mais gatinha�. A obturação quebrada doía. Não comprava uma roupa nova havia 6 meses. O cabelo, ela mesma ajeitava. Pegava 2 ônibus para chegar ao trabalho. Depois, caminhava mais 10 minutos. Sofria com o salário baixo e com o mal hálito do gerente. Ainda assim arrancou, do fundo do peito dolorido e com uma força que não possuía, mais um de seus sorrisos. E, por trás do balcão, pronunciou as palavras que mais queria ouvir:

- Oi. Posso te ajudar?

Um bofe na Fashion Passion

Um dos programas mais interessantes da minha passagem por São Paulo foi visitar a exposição Fashion Passion na Oca do Parque Ibirapuera. E olha que não é fácil para um homem macho do sexo masculino entender o porquê de se gastar tanto tempo, dinheiro e criatividade para criar roupas femininas. Bofe que é bofe nunca repara na roupa das mulheres e quando repara é pra descobrir como tirá-las da forma mais rápida. Mas, com meu espírito explorador e ávido por conhecimento, decidi que seria uma boa ir até lá. Além do mais, têm sempre umas gatinhas nesses lugares. Passeando pelas salas, comecei a entender que pra inventar moda é preciso ter jogo de cintura, sem trocadilhos. É um tal de fulano solta a cintura aqui, sicrano prende a cintura ali e volta a soltar cintura, e isso não acaba mais. “A moda é cíclica� como diria uma senhora que acompanhava a visita. Até eu - que não entendo de crochê, mas não dou ponto sem nó - olhei com aquela cara de Homem-Chavão. Me supreenderam, particularmente, os japoneses Watanabe e Yamamoto, que levaram o conceito do sushi para a moda: você acha esquisito no começo, mas acaba gostando. Vendo os vestidos de Olivier Theyskens me lembrei de Barbara, já que o guia da exposição falou que a estética do estilista era "uma coisa, assim, cinderela underground". Sei. Com o mesmo guia aprendi a diferença entre alta costura, prêt-à-porter de luxo, prêt-à-porter e roupas de grife. Isso vai ajudar muito nas cantadas com conteúdo fashion, que são a última tendência. Gostei também da história de Chanel, das roupas meio sado-maso do Azzedine Alaïa (pronuncia-se Alaiá, bi) e das invenções do Jean Paul Gaultier. A grande decepção da mostra foi a parte reservada aos brasileiros. Nada contra os estilistas e as peças. Mas ver aqueles biquinis, aquelas mini-saias, aqueles tops, tudo naqueles manequins sem graça… Me apropriando daquela propaganda, o melhor do Brasil são as brasileiras. No mais, foi tudo muito enriquecedor. Entender como a história mundial e a emancipação das mulheres influenciou na produção, ver como a tecnologia das criações muda o nosso dia-a-dia e, principalmente, descobrir que não é preciso ter a língua presa pra apreciar as peças e conseguir pronunciar o nome da exposição.

Amanhã coloco aqui "Um bofe no show do Pet Shop Boys".

8.11.04

É o melhor para poder crescer. Pros lados.

O beirute com muita maionese do Bar e Lanches Metrô Paraíso. Um fettucine Alfredo com vinho no Ráscal. Sushi com Tabasco do Kói. Um bife de chourizo do 348. A pizza de shimeji do Piola. São Paulo. Terra da garoa e do sal de frutas.

Diálogos Paulinsanos (Copyright Dr. P.)

Garçonete: Tá faltando alguma coisa pra você?
Ela: Paz de espírito.

Aviso aos desavisados

Carão BSB não funciona em SP.

Então...

Estou de volta, com minha modernidade e meu descolamento recarregados, do TIM Festival. Já já, histórias e mais histórias de mais uma passagem por Sampa, incluindo uma visita à exposição Fashion Passion e um beirute no Bar e Lanches Metrô Paraíso.

5.11.04

Vênus de * é * !

Now, let's talk about a very special day coming up—one of the best of the year—that you can use to your advantage: November 4. On that day, YOUR ruler, Venus, will waltz with happy, benefic Jupiter, making you feel luckier than a Leprechaun! (do Astrology Zone)

LLL comenta: realmente estou me sentindo muito sortudo, trabalhando até agora e tendo que escutar "Codenome Beija-flor", trilha sonora escolhida pelos outros coleguinhas que também estão aqui. E o pior é que esse pode, sim, ser considerado um dos melhores dias do ano. No mais, quem manda ficar lendo essas porcarias! Vou trabalhar que pelo menos ajuda a pagar as contas. Tchau!

4.11.04

Dose pra leão

Jenny na terça. Anna na quarta. Se me aparecer a Sera hoje, este blog vai ficar sem dono.

3.11.04

LLL goes Sampa

A semana, que só começou na quarta, também vai terminar mais cedo. Fujo da agência às seis da tarde de sexta-feira e corro para o TIM Festival. Claro, escrevo o relato completo do evento assim que voltar. Sem babados VIPs, desta vez, porque eu vou é com o povão mesmo.

Yankees go vote

E para preservar os outros blogueiros do vexame da piada e, ao mesmo tempo, satisfazer a vontade deles de verem o chiste em algum lugar, LLL faz esse sacrifício e lasca:

John Kerry foi para Ohio que o parta.

Goiânia 40º

Feriado prolongado e agitado esse. Cheguei morto ao dia 02 de novembro (Acharam essa ruim? É porque não escutaram a música em doses cavalares do RMX). Cidade quente, cerveja gelada e, por incrível que pareça, o assunto dominante foi trabalho. Inclusive no Grande Encontro com o Casal 20 da blogosfera e com aquele desblogado do Artur, o homem que passaria a vida inteira comendo o Ramón. Nelson é testemunha. No mais, fiquei entre o André Pulse e o trance, comi pequi alucinógeno, fiz inserções na mídia regional, fiz boca de urna para o PT e, por fim, descobri que a comida goiana por excelência é mesmo o sanduíche de pit dog.

Em tempo: Goiânia tem a Lei Seca mais molhada de todo o planeta! Só começa 3 da manhã!

29.10.04

Barriga e lua cheias

A Lua no seu signo agrava um dos seus mais caros pecados: a gula. Aproveite a noite para sair um pouco da dieta, mas tente não exagerar. (Fonte: �rvore do Bem)

LLL (depois do almoço na churrascaria) comenta: too late.

28.10.04

Lei de Caramori (ou Lei das Massas Inertes)

Um corpo submetido à comida em excesso na hora do almoço, produz quantidade de trabalho inversamente proporcional à quantidade de alimentação ingerida. E não precisa ser em condições ideais de temperatura e pressão.

Lúcio e o sexo

Acho que, do jeito que as coisas vão, já já essa moda de alimentação integral, sem aditivos ou conservantes, vai acabar chegando ao sexo. Vem aí a trepada macrobiótica. E não vai ser fácil encontrar uma mulher sem um silicone aqui, um botox ali, um enxerto acolá. Também um homem sem anabolizantes ou Viagra. Mas os(as) puristas que tiverem dificuldades em achar parceiros não precisam se preocupar. Fazer sexo é como andar de bicicleta: você nunca esquece como faz. Mas, claro, quem está sempre praticando logo aprende a andar sem as mãos, de uma roda só ou com os pés no guidom.

Uma musiquinha para esquentar os corações

Voy a sembrarte semillas de menta,
en cada cuarto que tu cuerpo tenga,
en el armario de tu boca abierta
y en el pequeño clóset que hay entre tus piernas.

Voy a sembrar en ti semillas de menta,
tu piel será la tierra en que me llueva,
poro a poro caerá saliva nueva,
las nubes de mis labios son tormenta.

Y el sol hará germinar de tu piel
vellos de menta.

Y yo recorreré praderas
de espalda mentolada, primavera,
y en el invierno cuidaré mi cosecha
la taparé con cobijas de franela.

Y el sol hará germinar de tu piel
vellos de menta.
Y el sol nos arrullará mientras dormimos
esta siesta.

Semillas de Menta - Kinky

27.10.04

Pra entender o LLL

Tim Deluxe. Elis Regina. Monobloco. Paulinho da Viola. EZ Rollers. Kinky. Boss AC. Quinto Andar. Benny Benassi. Stereo Total. Seu Jorge. Franz Ferdinand. Derrick Carter. Chico Buarque. Pra vocês terem uma idéia da confusão que está isso aqui.

26.10.04

Galinha ou porco?

Não, não é um post falando de colesterol. Mas escolher entre a galinha ou o porco pode influenciar na sua vida aqui também. Explico: um dos chefes costuma contar a história da participação da galinha e do porco no nosso café da manhã. Quando você come aqueles deliciosos ovos mexidos, eles vieram da galinha. Ela os colocou e continuou lá, fazendo seu trabalho. A galinha, então, está ENVOLVIDA no seu café da manhã. Já o porco não. Pra você se deliciar com aquele saudável bacon frito, o porco morreu. Ou seja, ele está COMPROMETIDO. Claro que o chefe conta o caso em benefício próprio. Ele quer funcionários comprometidos e não envolvidos. E a gente chega mesmo a quase morrer por causa desse trabalho. Mas e no resto da vida? Melhor se envolver ou se comprometer? Preste atenção que eu não perguntei o que é mais F�CIL. Bonito seria dizer que eu só me comprometo. Mentira. Me envolvo também. Mas só com aquilo, ou com quem, não me importo. Dá menos trabalho mas, conseqüentemente, menos retorno. Mas, como não sei "ir levando", também me comprometo. E aí, o porco torce o rabo.

25.10.04

Com a minha paixão não!

A paixão é uma coisa idiotizante mesmo. Qualquer que seja ela. O caso do Duda Mendonça com os galos é um ótimo exemplo disso. Como pode o maior especialista em imagem pessoal do Brasil na atualidade me soltar aquelas declarações ao ser preso? É simples: estavam mexendo com a paixão do cara, ora! Não interessa se ela é ou não legal. Longe de mim defender a atitude dele, apesar da gente não escolher por quem (ou pelo o quê) se apaixona. Mas dá pra entender a reação do marketeiro que, além de tudo, é baiano, ou seja, passional ao extremo. É mais ou menos como falar pra um amigo que a namorada nova dele é feia. Ele, claro, vai responder as coisas mais absurdas. “Aquela pinta cabeluda é charme, seu idiota.� E quando a gente gosta, não tem jeito. Mete os pés pela boca mesmo.

24.10.04

Para cabelos hipertensos



Viram só? Pra vocês não ficarem falando que eu sou pentelho.

22.10.04

O Galogate continua

Detalhes sórdidos no blog do Ricardo Noblat.

Amor errado

Nesta minha profissão eu: normalmente trabalho umas 10 horas por dia; vez ou outra tenho que virar noites finalizando coisas; freqüentemente preciso vir ao escritório nos fins de semana; de vez em quando tenho que lidar com clientes incompetentes e arrogantes; várias vezes vejo trabalhos, que levaram dias sendo elaborados, serem estraçalhados por um simples e injustificável "não gosto"; fico semanas sem ver algum trabalho meu na rua, apesar de ralar feito preso chinês; ganho bem, mas não o suficiente pra agüentar essas coisas. Mas e daí? Quem nunca sofreu por um amor errado?

PS.: Não sei se vocês perceberam, mas uma coisa da qual eu raramente reclamo na minha profissão são meus chefes. Acho que nisso eu escolhi um amor correto. :)

Ah, que pena...

É como diz o ditado: galo que muito canta acaba empoleirado.

É, não existe esse ditado. Mas é que eu não posso explorar o assunto como queria. Hohoho.

21.10.04

The South Wing

Faz assim: você que acha Brasília uma cidade esquisita por causa dos endereços numerados mas acha linda e maravilhosa Nova York pelo mesmo motivo, transforme tudo aqui para o inglês, vá fazer suas compras na W 3rd St. e não me encha mais o saco.

Reunir é preciso?

Acho que não existe coisa mais inútil no mundo do que reunião. Bom, talvez aquele canivete suíço com 32 ferramentas. Mas parece que desde que foi inventada é assim. Dizem que a invenção da reunião aconteceu no tempo dos antigos egípcios. Uns escravos, cansados de tanto construir palácios, resolveram parar para bater papo. O capataz chegou xingando, querendo saber que folga era aquela e um dos malandros enrolou dizendo que não, estavam reunidos discutindo formas de maximizar a utilização do mármore Carrara no piso da construção. O capataz não entendeu bem, mas se surpreendeu com o esforço dos rapazes e logo saiu. Os escravos puderam voltar à discussão de quem estava comendo a Cleópatra e pronto. Estava inventada a reunião. E, por tabela, o chefe imbecil. De lá pra cá, só mudou o conforto da sala de reunião. Com as cadeiras acolchoadas, elas podem demorar horas, sem ninguém poder sair com a desculpa que a bunda está doendo de ficar sentado. O calor do deserto egípcio também foi resolvido com o ar condicionado. A essência mesmo continua há séculos: um monte de gente despreparada, fingindo que entende de um assunto, querendo convencer os outros disso. Não tem a mínima idéia do que fazer? Faça uma reunião! Mas, pensando bem, o tempo de uma reunião até que pode ser bem aproveitado. Onde você acha que eu fiquei pensando esse post?

20.10.04

A inglória luta entre a cama e o despertador

Lá em casa é sempre de lavada. Cama 10 x 0 despertador. Hoje, da hora do primeiro toque até eu me levantar, foram exatos 60 minutos. E de repente eu descobri a frase que deixou esse mundo do jeito que está: “Só mais 5 minutinhos�. Já imaginou quantos atrasos, quantos compromissos perdidos, quanto trabalho não feito por causa daquela espreguiçada a mais? “Droga! Tinha que descobrir a cura pro câncer às 9. Ah... 5 minutinhos não vão fazer diferença�. Quando era só no relógio biológico não tinha essa conversa. O hipotálamo mandava acordar, o corpo todo do vagabundo tinha que acompanhar. E tinha também o galo que, todo santo dia, cantava na hora marcada (a dele, não a nossa). Mas esse também não durou muito. Um belo dia, um mais estressadinho, que tinha tomado todas no dia anterior, resolveu dormir mais 5 minutinhos. O galo cantou, ele pegou a espingarda e pronto. Certo, certo… É melhor a gente inventar o despertador com “snooze�.

19.10.04

Nego do cabelo duro

Uma das coisas que mais intriga atualmente é o nível tecnológico alcançado pelos xampús. Já repararam? Hoje em dia se um xampú "apenas" deixar seu cabelo limpo, rapidinho ele está fora do mercado. Fico curioso ao dar de cara com um para "cabelos secos que ficam oleosos durante o dia" ou então outro para "cabelos com raízes oleosas e pontas secas". Aí resolvi ler as informações desse último para saber como pode uma coisa dessas. Estava lá: ele contêm "microesponjas" que absorvem a oleosidade das raízes e "hidraesferas" que hidratam as pontas. Mas, Deus me ajude com essa, como é que a gente sabe que essas coisinhas vão parar no lugar certo? E se as microesponjas forem pras pontas e as hidroesferas pras raízes? Eu mesmo espalho tudo na cabeça da forma mais aleatória possível. E ainda tem aqueles pra cabelos pintados, para cabelos com luzes, para cabelos expostos ao sol, para quem nada em piscina com cloro... ufa! Pensando bem, vai ver seja por isso que é dos carecas que elas gostam mais. Eles devem ter menos rugas já que não têm que se preocupar com o xampú que vão usar.

18.10.04

"Vou pra rave escutar techno"

Qual a diferença entre o charme e o funk? Um dança bonito, o outro elegante, claro. Mas e a diferença entre o breakbeat e o jungle? E entre o Jamanta House e o Deep House? Se você não é "muderno" e não entende nada de música eletrônica, corra pra lá. O Ishkur's Guide to Electronic Music é fácil de usar, com muitas amostras dos estilos e com a "árvore genealógica" de todas as vertentes. Pra você parar de chamar tudo de techno.

17.10.04

Domingão do LLL

Verdade, eu estou na agência à meia-noite do domingo. Não é esse o primeiro dia da semana afinal?

Da série: Diálogos Impertinentes (copyright BH&C)

- Mas vocês estão namorando?
- Não é bem um namoro. Fizemos um "contrato de exclusividade."
- ...
- Quando a gente estava ficando, acontecia de chegar em um lugar e ver o outro com alguém. Era chato. Agora a gente fez esse contrato. Nenhum dos dois pode ficar com outras pessoas. Mas também não precisa ligar, avisar que vai sair com os amigos, pra onde vai, essas coisas. Tem dado certo assim.
- Aposto que pra ele sim.

Ctrl+Alt+Del

Acho que não existe dor maior, aguda e lascinante, para um redator do que ver as idéias escapando e não conseguir agarrá-las para colocá-las no papel. Tanta gente angustiada porque não sabe o que fazer da vida e eu aqui, descontrolado por causa de um post. Uma pressão esquisita que não dissipa e que só pode ter uma explicação: travei. Deu tilt. Não sai. Logo eu, tão "bateu, levou", sempre com uma resposta pra tudo na ponta da língua. E, hoje, o que não me faltam são dúvidas. Talvez seja meu limbo pessoal de posts, para onde vão todos aqueles impublicáveis, que esteja cheio (acho que foi o Nelson quem primeiro falou desse limbo). Ou alguma coisa aqui dentro que esteja vazia.

PS.: detesto com todas as forças posts existenciais, mas a vontade de colocar qualquer coisa aqui foi maior hoje.

14.10.04

Habitación Interior



Carrer de Balmes, 130

Y allí, con la luz de una pequeña vela, ciudades y sueños invisibles fueron acalentados.

O (quase) mico do ano!

Faz uma semana que o assunto da cidade é a tal festa da Brasil Telecom no Hangar da TAM. Seriam somente 500 convidados, mas a histeria atrás dos convites foi tanta que precisaram dobrar o número de pessoas na boca livre. LLL, que já foi até no camarote de CARAS, só precisou de um telefonema para garantir o seu. E quase acabou protagonizando o mico VIP do ano.

Tudo porque o grande amigo Malves, provedor dos convites, convidou LLL para assistir o jogo do Brasil antes da festa. De lá, iríamos juntos aproveitar o evento que teria, entre outras atrações, os DJs Carlo Dall'anese e Mário Fischetti. À meia-noite, depois daquela pelada, resolvo abrir meu convite e, PÂNICO, me deparo com a seguinte informação:

Início: 21 h
Término: 1h30


Pronto. Aquela expectativa toda pra ficar apenas uma hora e meia na festa!!! Não dá pra fazer nem meio carão em uma hora e meia! Mas lá fomos nós.

Festa entupida. Comida e bebida à vontade. Cenografia com milhares de telões. Estandes com demonstração dos celulares da BrT, wireless e o escambau. Muita gente bonita (leia-se mulher bonita). E a sociedade brasiliense, como sempre, fingindo ser moderna escutando "techno". Destaque para Wilma Magalhães, amiga de Barbara, com um bofe estilo Benício del Toro paraguaio. Babi, converse com ela, por favor.

Pois é... E eu só aproveitaria uma hora e meia desse bafo. Isso se Deus não fosse brasileiro e amigo dos ricos e famosos. Depois, tudo se esclareceu. O horário no convite era apenas para que os convidados chegassem cedo para aproveitar as outras atrações da noite. Inclusive uma apresentação do Cirque du Soleil. Eu disse: Cirque du Soleil. Como o bofão aqui ficou vendo futebol, acabou perdendo o tal show e não vai poder dizer se foi truque ou não. Mas o que conta é que a tal festa que acabaria 1h30 foi até 3h30 (mas a bebida acabou antes).

No mais, bati um papo com o Dall'anese sobre a culinária catalana (hahaha), vi o Erick Marmo perdido com um monte de baranguinhas na cola, a música contribuiu para mais uma noite de dores nas pernas e agora chega de farra até o TIM Festival. Ou até o próximo camarote VIP.

13.10.04

Senta que lá vem a história

Preparem-se que amanhã tem história pra contar.
Quando eu aterrisar conto detalhes. :D

Na pele



Pla de l'Os - Joan Miró

11.10.04

Almita Enlatá

Navegando en internet
Por la calle er revolcón
Me he vuelto a cruzar contigo
Y el aire se me ha cortao

Navegando en internet
Por la calle principal
Me has mandaito un e-mail
Y me he echao a taconear


Bulería del Ay - Ojos de Brujo

7.10.04

Momento Tã nã nã nã nã nããããã... (Vinheta d' "Os Trapalhões")

Estresse. Muito estresse.
A campanha sai. Linda. Textos inteligentes. Layouts primorosos.
Duas opções de linhas. Cerca de 10 opções de títulos (retirados de quase 60 feitos). Apresentação para o cliente.

- Maravilhosa a campanha!
- Obrigado (Nota mental: sucesso de vendas + prêmios, muitos prêmios)
- Deu até vontade de vender o livro...
- Como assim?
- Na verdade o livro vai ser distribuído para um mailing. Não vai ser vendido.
- Mas pra quê a campanha?
- Pois é, né...

Fade out. Entra vinheta.
Tã nã nã nã nã nããããã... Tã nã nã nã nã nããããã...

lll

Tem dias em que a gente simplesmente acorda assim, minúsculo.
Sem conseguir iniciar uma frase ou pronunciar um nome.

6.10.04

Imensidão Azul

Se você não está num bom dia ou não gosta de histórias tristes, pare de ler esse post aqui. Mas se você quiser aprender mais uma daquelas lições que a vida te enfia goela abaixo, pode continuar lendo.

...

Aprendi a mergulhar com um cara que em algumas aulas me ensinou, mais do que algumas técnicas, uma filosofia no mergulhar. Uma filosofia que eu devia levar mais pro dia-a-dia, de contemplação, de harmonia, de calma, de paciência. Um conhecimento que ele adquiriu com mais de 2000 mergulhos por todo o mundo e com a paixão de quem só se dedicava a isso na vida. Mergulhar.

Hoje foi o último mergulho do Cristiano. Toda experiência dele não foi suficiente pra evitar que ele se afogasse. No lago aqui de Brasília. Numa profundidade de 4 metros. 4 metros! E num mergulho de apnéia! Uma corda prendeu ele lá embaixo. E agora ele não está mais aqui. Como essa tragédia tem coisas pra nos ensinar... Um cara que já mergulhou a 100, 120 metros de profundidade, não sobreviveu naqueles 4 metros. 4 metros! E tanta gente acha que está protegida numa vida rasa...

Faz muito tempo que eu não mergulho. Não me arrependo disso. Mas me arrependo muito de não ter mergulhado mais naquelas conversas gostosas e naquele sorriso fácil do Cristiano. Tomara que você, apesar de merecer tanto, não vá pro Céu, Cristiano. Não teria castigo maior pra você do que ficar tão longe do mar.

Repita rápido 3 vezes: Fonergin, Flanax, Colubiazol

É o Seu BMF mandando a conta.
Ainda bem que a fatura da LV não veio.

É ou não é?



Lendo sobre o Festival de Cinema do Rio, encontrei uma nota falando do longa, que antes era curta, "A pessoa é para o que nasce", do Roberto Berliner. Um documentário emocionante, e também bem-humorado, sobre o cotidiano de 3 irmãs cegas de Campina Grande que cantam para sobreviver. Lembrei de ter visto o curta em um desses festivais da vida e de que o título vem de uma frase pronunciada por uma das paraibanas: a pessoa é para o que nasce. Nunca tinha escutado uma frase que desse margem a tantas interpretações, boas e ruins. Interessante. 3 cegas confirmando que nossa vida depende muito da visão que a gente faz dela.

Banheirón



Esta vai para quem gostou que agora é possível colocar fotos no LLL. :D

LLL@Piola - 04/02/04

Me sobram palavras

Olha... Não... Que que isso? Assim... Putz! Escuta. Caramba! Não pode... Gente do céu... Imagina... Pensa bem. Cara... Poxa! Enfim... Jesus! Ah não... Presta atenção. Veja bem... Er... Humpf! Rapaz... Como é que pode? Meu... Nossa! Então tá então.

5.10.04

Eu não joguei pedra na cruz

Pensando na vida nestes últimos dias – é, eu sou desses que pensam, e pior, na vida – cheguei a uma conclusão: eu não taquei pedra na cruz. Definitivamente não. E foi relativamente simples chegar até aí. Montando uma tabela na qual as agruras sofridas desde que nasci são diretamente proporcionais à minha participação no calvário, considero que fui, no máximo, o engraçadinho que gritou “Maria Madalena gostosa!� numa das passagens da Via Crucis. E olhe lá! Agora, fico imaginando, se essa fórmula realmente funcionar, o que não aprontou uma Anne Frank da vida ou pessoa que o valha. Ah... essa aí estava na primeira fila, com os centuriões dizendo “Vai. Taca no olho. Até acertar.�

3.10.04

Chore a chuva

Eu conheço bem essa chuva que vem e passa, deixando apenas na lembrança o cheiro doce de terra seca molhada. Essa chuva precedida da brisa também cheirosa e fria. Mas ela vem e passa, só para esconder por alguns breves momentos o calor sufocante. E deixa dentro de nós a vontade, adornada pelo canto das cigarras.

Chove, é Deus chorando por mim
Lava a minha solidão
Neva, é Deus derretendo por mim
O gelo que é meu coração
Venta, é Deus suspirando por mim
Pra levar a minha confissão
Vai, abre a porta e deixa entrar a minha dor
Vê da janela
Vai chover, amor
Vou chorar, amor

Chore a chuva, ó Deus
Chove que assim não choro só
Não choro só, não


Chore a chuva - Jairzinho de Oliveira

2.10.04

O que falam de mim, são calúnias, meu bem!

Ao contrário do que vão insinuar, eu não vou ao show do Village People no Americell Hall. :D

You make me smile



Misstress Barbara@BMFe

30.9.04

A última que morre

O tempo vai dar. O banco vai aprovar. A situação vai mudar. A hora vai chegar. O time vai ganhar. A dor vai sarar. O chefe vai gostar. A gasolina vai abaixar. Ela vai voltar. O salário vai sobrar. E o vento vai virar. Só essa maldita esperança é que não vai passar.

You spin me right round, baby, right round like a record, baby!



Misstress Barbara@BMFe

28.9.04

A bárbara amiga de Barbara

Que Consuêlo Badra que nada! O blog LLL tem agora uma nova musa. Se não bastasse o programa de TV, Wilminha Magalhães, a amiga emergente de Barbara About, tem também uma revista! A revista W! Isso é que é uma mulher multimídia. Onde é que eu estava nesse mundo que só fui descobrir isso na edição número 17??? E não é que nem aquela pobreza da Revista FOCO não. A W não tem site: tem portal. Destaque para um ensaio fotográfico de Wilma em New York. E o mais chique de tudo é que a publicação é mais um produto da (juro, tá lá no site) Wilma Magalhães International Ltda! Hahahahaha. Esse pessoal me mata!

27.9.04

A última do Camarote de CARAS

LLL, em alterado estado de consciência, passa por mocinha.
Mocinha olha pra LLL.
LLL, somente de corpo presente, pára mocinha.

LLL (papo de aranha que cheirou Detefon):
Oi, a gente já foi apresentado?
Mocinha (com sotaque carioca):
Acho que não. Meu nome é Natália.
LLL:
Oi, Natália. Eu sou o Lúcio. Tá gostando da festa?
Mocinha (puxando o s):
Tô sim. Vou lá pro Hip Hop agora. Vamos?
LLL (que não foi pra lá escutar Hip Hop):
Nah... Vou pra tenda de Tech House. Depois a gente se fala...

Só mais tarde, quando LLL já estava de volta à Terra, que foi descobrir de onde conhecia a mocinha.

Me Dê Mais �gua!*

I've been the one to party
Until the end
Looking for the after party
to begin

I'm going down to... La la land
I hope to see you soon in... La la land

Something 'bout those little pills
Unreal, the thrills, they yield, until
They kill a million braincells (x2)

Now I need to go
Who's gonna give me a ride to the after show (Me!)
I hope that I have enough change
So I can make my brain rearranged

I'm going down to... La la land
I hope to see you soon in... La la land

Something 'bout those little pills
Unreal, the thrills, they yield, until
They kill, a million braincells (x2)

Oh, what have I done
What happened to the morning
I passed the time away
High today

I got to find a way to fill the space in time (x8)

Something 'bout those little pills
Unreal, the thrills, they yield, until
They kill, a million braincells (x2)

La la land
Is where I need to be
La la land
Is the place that, oh, sets me free

Something 'bout those little pills
Unreal, the thrills, they yield, until
They kill, a million braincells

La la land
La la land
La la land
Braincells
Oh
Has anyone seen my brain today, ey
Can anyone pay my rent today, ey

La La Land - Green Velvet

*post homenagem a Bárbara e Zeed, que também sairam de órbita nesta hora.

Hit Parade

Não foi o melhor momento do festival, mas a música que mais ressoa nesta segunda-feira é "Back to life. Back to reality" do Soul II Soul. Faz sentido.

LLL no mundo de CARAS - Dia 2

Enquanto o bafón do Camarote de CARAS deixou a desejar, as atrações musicais foram extraordinárias no segundo dia de BMF. Então, ao invés de falar muito, resolvi criar o prêmio "Pick-up de Ouro" para premiar as melhores atrações do dia, vamos lá:

Melhor Qualidade de Som: Tenda Drum 'n' Bass

Melhor Decoração: Tenda Hip Hop

Melhor Vibe Sem Aditivos: Tenda Drum 'n' Bass

Melhor Vibe Com Aditivos: Tenda Techno House

Melhor Performance do Sábado: empate técnico - DJ Patife (em set pesado), Green Velvet e Renato Cohen.

Melhor VJ Bruno Boca, que arrasou na tenda Hip Hop nesta noite e ainda contou detalhes sórdidos da tenda Techno House da noite anterior. Veja aqui o irmão mais novo de LLL junto com Dave Angel.

Melhor Surpresa de Última Hora: Misstress Barbara (não confundir com Confeiteira Barbara). Aquela sorriso simpático e aquela mão pesada ainda me fizeram dançar às 7 da manhã.

Melhor acessório: Louis Vuitton

Melhor tenda de gente suja, esquisita, playboys malas e afins: Tenda Circo Trance (o nome foi bem apropriado)

Mico de ouro: os portões fechados até as 19h30. Muita gente chegou cedo para ver Nego Moçambique e não conseguiu entrar. Eu, que sou fino e estava no Camarote de CARAS, vi o show mas foi uma decepção pela quantidade de gente. Umas 5 pessoas, juro.

Por hoje é só. Que venha o TIM Festival em novembro. E sem dar pinta.

26.9.04

La La Land

Last night a DJ saved my life
Last night a DJ saved my life
Cause I was sittin' there bored to death
And in just one breath he said
You gotta get up
You gotta get on
You gotta get down girl
You know you drive me crazy baby
You've got me turning to another man
Called you on the phone
No one's home
Baby why ya leave me all alone
And if it wasn't for the music
I don't know what I'd do

Last night a DJ saved my life
Last night a DJ saved my life from a broken heart
Last night a DJ saved my life
Last night a DJ saved my life with a song

You know I hopped into my car
Didn't get very far no
Because I had you on my mind
Why be so unkind?
You've got your women all around
All around this town, boy
But I was trapped in love with you
And I didn't know what to do
But when I turned on my radio
I found out all I needed to know
Check it out

Last night a DJ saved my life
Last night a DJ saved my life from a broken heart
Last night a DJ saved my life
Last night a DJ saved my life with a song

Hey listen up to your local DJ
You better hear what he's got to say
There's not a problem that I can't fix
Cause I can do it in the mix
And if your man gives you trouble
Just you move out on the double
And you don't let it trouble your brain
Cause away goes troubles
Down the drain
I said away goes troubles
Down the drain

Last night a DJ saved my life
There's not a problem that I can't fix
Cause I can do it in the mix
There's not a problem that I can't fix
Cause I can do it in the mix

Last night a DJ saved my life - Indeed (again)
Ó pessoals... Aqui é a Waldirene, a moça que trabalha aqui na casa do seu Wilsio. Seu Wilsio não tá bem não... Voltou daquele negócio de música de doido, deitou aqui e num sei se levanta, viu? Ah... Ele mandou avisar que depois tenta bostar alguma coisa aqui. É assim que fala? Bostar? Eu hein... Dona Celma que não me escute, mas acho que esse menino tá usando tóchico... Deus o livre e guarde.

25.9.04

LLL no Mundo de CARAS - Dia 1

Quase não sobrevivi para contar, meus caros leitores... Mas o que foi aquilo ontem? Eu nasci pra ser VIP e não sabia. Quando ainda eram 9 da noite, esse colunista já estava pagando de gatinho no Camarote de CARAS do BMF Electronic. A princípio pensei ter exagerado no modelito,comprado especialmente para o evento e que deixava os bracinhos malhados à mostra, pois todas as fofas do camarote estavam nesse estilo. Ainda bem que minha querida Valentina havia me avisado para levar um casaquinho. Além de me proteger do frio, o pretinho básico Made in Spain (que eu sou fino) me fez novamente retomar o glamour de quem habita aquele lugar tão exclusivo. Mas confesso que certas horas me senti uma princesa solitária na ilha da fama. Por ser tão "Sorry, periferia" tive que sair várias vezes do camarote para ter um pouco de contato com o povo. Aquele lugar não tinha calor humano. Não que precisasse, pois o calor do Yakisoba e dos wraps de vários sabores feitos na hora era suficiente. Mas é sempre bom ter alguém do lado para meter o pau. E, nesse quesito, acertou quem errou consciente. Explico: quem foi no seu estilo, mesmo destoando do lugar, passou despercebido. Agora, quem tentou entrar no "clima eletrônico" só conseguiu entrar pra lista dos mais ridículos. Imagine o que é um senhor de calça de pregas, camisa polo e cabelo verde! Depois dessa resolvi passear pelo complexo de tendas para presentear os mortais com um pouquinho da minha presença. A decoração do hip hop era incrível, o som do Drum n Bass estava ótimo e no techhouse o melhor foi encontrar pessoas queridas e luxuosas como Amapôa e ela... Agora pára tudo que eu vou falar nela...

Mulhera estava no BMFe!


Quase não acreditei quando vi aquela loira de olhos azuis, 1,80m, salto 15. Gente, vocês não tem noção! Ela era um Camarote de CARAS em si mesma. Absoluta. E que diálogos com aquele ser...

M: Ai, adoro as tatuagens de S.
L: Eu também fiz uma tatuagem, querida. Olha aqui.
M: Uma vaquiiiiiiiiinha!
L: Vaquinha é o caralho! É um touro, porra!

Classe. Pena que depois Mulhera sumiu. Dizem que estava cercada por 5 negões na tenda hip hop refazendo uma das cenas de "Bonitinha, mas ordinária" numa das carcaças de carro da decoração. Ou estava brincando com o malabares de um tranceiro, não lembro bem.
No mais, fiz carão pra Luiza Altenhofe (que chegou, comeu um yakisoba, fez um michê e foi embora do camarote) e pras meninas da Malhação (QENSO), a família C. foi um arraso com Boca fazendo VJing na tenda techouse e LLL no mundo de CARAS e ainda passei a noite inteira atrás de Bárbara pra me vingar daquela vaca. Queria jogar água na chapinha daquela loira. A Louis Vuitton emprestada foi um sucesso, mas ela me deu um pedacinho de bolo pra levar pra festa - "Leva que em camarote de VIPs ninguém come, porque depois as mocinhas não conseguem abotoar de novo a calça da Gang" - que com certeza continha algum tipo de ingrediente gay. Sei lá, uma espécie de queerptonita que me fez dar pinta a noite inteira e ainda escrever esse post! Você me paga, loira. Então é isso. Não falei da música? Ah, isso é um detalhe. Fessô. Hoje tem mais.

24.9.04

Da série: Luxo! (Copyright BH&C)

*Mais* luxo. *Mais* requinte. *Mais* sofisticação. Hoje e amanhã LLL estará vendos as fofocas e o glamour por dentro: no camarote de CARAS no Brasília Music Festival Electronic! Sorry, periferia. Ou vocês acharam mesmo que esse colunista ficaria só naquelas resenhas chulas da Revista FOCO? Nada disso, biu! Vestido da minha melhor cara dura e de uma Louis Vuitton gentilmente cedida por Bárbara (Hahahahahah) ficarei atento ao movimento das estrelas para contar tudinho pra vocês depois. E que venham a Ilha, o Castelo e a Oca (onde só Gisele e Leonardo estiveram) de CARAS na seqüência!

Olhos de anjo

Ele tomou um susto ao se olhar no espelho. Era outra pessoa quem estava ali. Não metaforicamente falando, como se a vida lhe tivesse transformado em um mesmo só que diferente. A imagem refletida mostrava realmente um outro alguém. Só que não um estranho qualquer. Estava ali o rosto amigo, com quem convivera por algum tempo. Mas aquelas feições, aqueles traços, aquelas marcas nunca lhe pareceram tão familiares. Depois de tudo, mais do que o pequeno sorriso e os olhos de anjo, reconhecia intimamente aquela alma. E, apesar do conforto que a compreensão às vezes traz, o alívio não era suficiente para ele.

23.9.04

Agenda Eletrônica I

Sexta-feira :: 24/09

Marky & XRS (live) :: 21h > 22h ::
Soul II Soul (live) :: 22h > 23h30 ::
Maze One :: 23h30 > 0h ::
Dave Angel :: 0h30 > 2h ::
Circulation (live) :: 2h > 3h30 ::
Green Velvet :: 3h > 5h ::
Marky :: 4h30 > 6h ::

22.9.04

Sorriso silencioso*

Carrego de lá pra cá meia dúzia de palavras bobas, alguns parágrafos mal ajambrados e esta porção de bobagens displicentes antes amontoadas pelo chão. Num relance vejo o brilho silencioso do seu sorriso e, para retribuir sua presença, sigo andando. E escrevendo.

*para a mais nova leitora tímida e recém descoberta. ;)
Si este mundo anda perdío
Y no encuentras la razón
Échate una buena rumba y baila! Baila! Baila!
No pa olvidar, sino pa llevarlo mejor y ¡escucha!

La mochila que llevamos
va cargaita de piedras
del abismo ya nos viene
esta mala condición
sólo nos queda la rumba
y una buena bulería
un bailecito por tango
y el cante del Camarón

a belembembé a belembembá
tímbero suena la rumba
¡tímbero suénala ya!


Ventilaor R-80 - Ojos de Brujo

21.9.04

Feliz Ano Novo!

Sabe quando um funcionário estressado simplesmente levanta da cadeira no meio do expediente e vai embora, sem nem dizer "tchau"? Resolvi fazer o mesmo com esse ano. Cansei de 2004. Vou sair mais cedo. Chega. Quero logo a virada, quero logo a renovação das esperanças, quero logo acreditar que o ano que vem será melhor (apesar de ter passado por tudo isso no começo de 2004 e não ter dado muito certo). Mas nada como um bom e velho reveillón para esquecer as coisas ruins, relembrar as boas e seguir em frente. Então, pra mim, neste exato momento, já é 2005. Feliz Ano Novo, pessoal!!! Espero que todos vocês sejam felizes nos próximos 365 dias. E espero que aceitem meus cheques pré-datados por aí.

20.9.04

Saudades de uma vida

Ontem matei duas saudades. A primeira foi de jogar Bete. Um jogo que foi a febre de todas as crianças e adolescentes de Brasília nos anos 80. Pra quem não conhece, é uma mistura de baseball com cricket na qual duas duplas competem à tacadas pela vitória. Parece que em outras cidades brasileiras se chama "Taco". A segunda saudade foi a de viver uma vida mais simples, quando nossas únicas preocupações eram acertar uma bolinha e fazer pontos. E as únicas dores vinham dos arranhões causados pelos tombos que levávamos.

15.9.04

Implosão

E de tanta raiva, injustificável e descabida, só resta uma implosão de mim, os lábios cerrados e as pacíficas, mas dolorosas, palavras que escrevo sem destinatário.

Millôr é meu pastor

Eu já fui Luis Fernando Veríssimo. Como muita gente ainda o é. Da prosa leve e descompromissada, como quem passeia pelos parques de Porto Alegre. Do dia-a-dia e suas pequenas comédias. Dos textos que, por mais populares, ainda ecoam a complexidade do jazz que também é paixão do escritor. Hoje eu sou Millôr. Da erudição escrachada com som de brisa e mar. Da graça cheia de referências e nada pretensiosa de quem conversa na mesa de um boteco. Das pequenas ironias cheias de consciência. Das frases certas para os leitores errados.

"Millôr Fernandes nasceu. Todo o seu aprendizado, desde a mais remota infância. Só aos 13 anos de idade, partindo de onde estava. E também mais tarde, já homem formado. No jornalismo e nas artes gráficas, especialmente. Sempre, porém, recusou-se, ou como se diz por aí. Contudo, no campo teatral, tanto então quanto agora. Sem a menor sombra de dúvida. Em todos seus livros publicados vê-se a mesma tendência. Nunca, porém diante de reprimidos. De 78 a 89, janeiro a fevereiro. De frente ou de perfil, como percebeu assim que terminou seu curso secundário. Quando o conheceu em Lisboa, o ditador Salazar, o que não significa absolutamente nada. Um dia, depois de um longo programa de televisão, foi exatamente o contrário. Amigos e mesmo pessoas remotamente interessadas - sem temor nenhum. Onde e como, mas talvez, talvez — Millôr, porém, nunca. Isso para não falar em termos públicos. Mas, ao ser premiado, disse logo bem alto - e realmente não falou em vão. Entre todos os tradutores brasileiros. Como ninguém ignora. De resto, sempre, até o Dia a Dia�.

Currículo - Millôr Fernandes

14.9.04

PF

Parte do resumo sobre o jantar de Lula e senadores do PFL e PSDB na casa do Ministro José Dirceu. Restante no blog do Ricardo Noblat:

"E voltando as baterias contra FH, (Lula) disse que a transição foi perfeita porque FH agiu de forma impecável, mas o fez por puro interesse pessoal porque não queria que coisas do seu governo fossem investigadas. Falou que não perseguiu ninguém e manteve basicamente a estrutura de assessores (secretárias, motoristas, etc...) de FH, tanto no Alvorada como no Planalto. Lembrou que só demitiu a cozinheira (a Chef Roberta Sudbrack) porque, além de ganhar 13 mil reais, ela só sabia fazer comidas francesas. “Eu sou da buchada de bode, do cozidão", disse."

LLL comenta: e depois quem tem que agüentar a m... somos nós.

Da série: Pequenas Descobertas que Fazem um Dia Mais Feliz

Uma pocket seção (porém honesta) de pocket books em espanhol na FNAC Brasília.

"Inclinado en las tardes tiro mis tristes redes a tus ojos oceánicos."
Poema 7 - "Veinte poemas de amor y una canción desesperada" - Pablo Neruda
(em uma edição que tem ainda "Cien sonetos de amor")

Em tempo (modo de falar, nesse caso): já posso devolver o exemplar que retirei da Biblioteca da Cultura Hispânica. Há 3 meses atrás.

13.9.04

Eu não gostava de bacalhau quando era pequeno. Não era frescura, era trauma mesmo. Quando meu pai gritava "Olha o bacalhau!", levando a travessa até a mesa, me vinha à cabeça a imagem do Chacrinha jogando aquele troço seco e branco para a platéia. Ou pior: a figura medonha do Russo, desdentado, entregando o peixe, descabeçado, pro apresentador. Não dava pra engulir. Nem a lembrança, nem o prato. Alguns traumas de infância continuam, mas esse desapareceu. Hoje gosto bastante, ainda mais por causa da sua boa integração gastronômica com o azeite de oliva. Mas a comida ainda me lembra os programas de auditório. Do jeito que o preço vai, e com essa onda de saudosismo que anda por aí, não vou ficar admirado se algum apresentador da nova geração, inspirado no Velho Guerreiro, comece a premiar os telespectadores com "10 mil reais em barras de bacalhau".

10.9.04

Titsmonials

Orkut de c* é ro**!

Frase do ano

"Você não existe!"

Se eu realmente não existo, isso tudo é uma grandissíssima bobagem.

Tolas Teorias

Se todos os indivíduos que tiram um extrato antes de fazerem qualquer saque (e ainda ficam olhando intermináveis segundos para o mesmo na frente do caixa eletrônico) fossem mortos à pauladas*, o consumo de papel no planeta seria reduzido na ordem de 7,5%, contibuindo para uma substancial diminuição na derrubada de árvores e conseqüente proteção do meio ambiente.

*A forma de assassinato não altera o resultado da teoria. Mas toda dor do mundo pra essas pessoas é pouca.

9.9.04

Escreva uma carta pra mim

Seguindo fielmente a filosofia "servir bem para servir sempre", o blog LLL coloca a disposição de seus 2 leitores mais uma maravilha tecnológica: o "E-mail this post". Basta clicar na cartinha ao lado do link de comentários e mandar essas minhas baboseiras para quem você não gosta ou para aquele amigo chato que vive te mandando arquivo brega de Powerpoint.

A FOCO do Lúcio *

Apesar da decepção de vê-la em apenas 19 fotos na edição 107 de FOCO - longe do recorde de 27 aparições - Consuêlo Badra se redimiu da falha ao escrever um maravilhoso editorial em defesa dos passarinhos presos em gaiola (?). Na minha opinião, um inteligente gancho para mais uma matéria falando da empresa Avestruz Master e seu dono, Jérson Maciel. Presença assídua nas páginas da revista, o empresário já posou, inclusive, segurando os ovos, da ave, em uma capa anterior. E falando em criação, show à parte dão os títulos de algumas matérias. "Huuuummm, é cajun!" em uma matéria culinária e "Ossos duros de roer" em uma reportagem sobre osteoporose mostram a verve dos redatores da Caras do Cerrado. Já na coluna FOCO Empresarial não poderia ficar de fora o comentário sobre o aniversário de Kátia Kouzak que reuniu "mais de 100 senhoras de nossa sociedade para um brunch, com início às 9h e término às 13h." Mais business impossível. Ainda em clima de Olimpíadas, vale a pena dar uma boa olhada, sem trocadilho, na festa de inauguração da Ópticas Requinth Gold. O evento foi prestigiado pelo administrador de Brasília, Cleyton Aguiar e esposa, a jornalista Bernadete Alves, "dentre outras importantes presenças". Fora isso, a interessante briga de anúncios entre as lojas Vanila Moda, vendendo Gang Rio, e a By Brazil, com a grife Pixação Rio, ainda vai dar o que falar. Desta vez, a segunda saiu na frente estampando em sua propaganda a modelo Tainara Morena apontada na legenda como "a musa do Corpo de Bombeiros – DF". Quem disse que essa não é uma revista sofisticada? Tão luxuosa, que só ela poderia trazer ainda um anúncio da Guida Boutique estrelado pela Vênus de Milo! Só vendo. Por fim, me senti ainda presenteado com a sabedoria dos céus na coluna de astrologia: "O taurino acredita que, quanto maior o preço de um objeto, mais ele valerá." Esse taurino aqui acredita é que, enquanto houver a FOCO, mais engraçada será a vida dele.

*Já falei que isso é, sim, uma cópia descarada da Caras do Tutty.

Desejos inconfessáveis

Não, muito fraquinho. De óculos não dá. Baixo demais. Mulher? Não… Uma covardia, apesar de algumas merecerem. Um muito forte também é melhor evitar. Que tal aquele? Médio, cara de bunda, engomadinho, nariz empinado. Perfeito. E com passos firmes se aproximou, e sem nenhuma explicação lhe aplicou uma estalada mãozada na cara. Daquelas bem abertas e ardidas, que, ainda assim, assustam mais pelo barulho do que pela dor. Esperou o transeunte se recuperar da queda e da estupefação, o ajudou a levantar, pediu desculpas. Saiu. Com um pouco de dor no pulso mas um grande alívio na alma.

8.9.04

The Mediocrity Show

Não são poucas as histórias de jovens publicitários enfartados. Geralmente na faixa dos 33, 34 anos, que, de uma hora para outra, CATAPLOFT! O diagnóstico é sempre o mesmo: estresse. A profissão é assim. Principalmente quando você se importa com as coisas. Aí pergunto: vale a pena dar o sangue, o entusiasmo e a juventude pelo trabalho? Vale a pena batalhar tanto para ver as coisas darem certo, quando ao seu lado estão pessoas nem um pouco comprometidas (e que ainda acabam colhendo indiretamente seus louros)? A educação que papai e mamãe me deram não permite, mas a minha vontade, às vezes, é me juntar à massa medíocre. Fingir que trabalho, me importar menos com as coisas. Deu merda? Azar. Ficou ruim? Paciência. Mas, para este showzinho de mediocridade, eu não tenho a mínima vocação.

Millôr, o contador de histórias

Lógicas improváveis, mentiras deslavadas, morais imorais. "100 fábulas fabulosas" do Millôr é um daqueles livros "Sessão da Tarde": diversão garantida sem maiores pretensões. Mas esconde genialidade a cada linha, cada parágrafo, cada história. Recomendo para dias enfadonhos e viagens solitárias.

3.9.04

Ciutat Vella

Abri o pequeno e brilhante livro vermelho e comecei a caminhar. Escutei o burburinho em frente ao Café Zurich, de grupos e mais grupos de jovens esperando seus colegas chegarem de metrô. Parei para olhar as diferentes vitrines de moda da Carrer Bonsucéss. Avistei logo ali o Macba. Parei para folhear alguns livros da Espai Ras na rua Dr. Nou. Algumas voltas mais até o café do Buenas Migas. Ou um suco no Rá, atrás da Boqueria. Cruzo o grande passeio e já sinto o cheiro de gofre de chocolate com banana. Aquele, na Carrer Portaferrisa. Escurece. Começa a movimentação nos bares das ruas estreitas. Um falafel na Carrer de Jaume. "Ostres" e seu duplo sentido na vitrine mais abaixo na Ferrán. A movimentação na Escudellers, com a grande fila no Los Caracoles, o rock ‘n’ roll do Tequila, os moderninhos do Zoo, as gentes de todo o mundo no Bahía. Mais uns poucos passos pela Carrer Ample e uma última Estrella Damn no encantado El Bosc de Les Fades, próximo ao museu de cera. Hora de fechar o guia. E de esquecer lembranças.

2.9.04

Olé!

Dear Taurus, are you ready? What a bright, beautiful month you have in store for you! You have waited all year for this, and it's worth it, because this month is all about love, romance, creativity, children, joy and happiness.

E aí pergunto: vocês já leram alguma vez uma previsão astrológica dizendo "prepare-se, você vai se fuder esse mês."?

1.9.04

As aventuras de Consuêlo estão de volta!

Vocês pediram. LLL atendeu. Já tenho aqui em minhas mãos, a charmosa, a sofisticada, a requintada última edição da Caras do Cerrado, da Istoé Gente do Planalto, da Quem? da Capital... Isso quer dizer que, em breve, teremos mais uma edição da FOCO do Lúcio. Um luxo!

Os homens e suas fantasias

Charlize Theron viverá lésbica com Penélope Cruz.
LLL não viverá pra contar.

31.8.04

Confissões de Adolescente

"Eu queria era ser funcionária pública, trabalhar 6 horas por dia e ganhar 5 mil reais. Meu negócio é aproveitar a vida e isso aqui não é vida não."

LLL comenta: então porque a senhorita não larga tudo e vai fazer um caralho de concurso público, ao invés de ficar atravancando o trabalho de quem quer se fuder feliz aqui na iniciativa privada? Hein? Hein? Hein? (É, tô atacado hoje...)

Acidentes de Trabalho

Estamos a 9855 dias sem acidentes. Mas a cada dia que passa acho que estou mais perto de zerar esse placar.

Lembrete rápido

A vida é curta pra caralho pra desperdiçarmos tempo fazendo as coisas sem paixão.

30.8.04

E a frase da semana é...

"Nada mais foi dito nem perguntado."
"Eu sofro de mimfobia
tenho medo de mim mesmo
mas me enfrento todo dia."

Millôr Fernandes

29.8.04

O melhor do Brasil

16:30 - Vanderlei Cordeiro de Lima é agredido quando liderava a maratona.

16:45 - Mesmo depois do incidente, brasileiro ganha a medalha de bronze.

17:00 - LLL é chamado para a agência, para criar um anúncio sobre o fato.

18:20 - O ressacado redator termina o anúncio. Mas continua na agência realizando outra idéia.


Mais um anúncio da campanha "Sou brasileiro e não paro de trabalhar nunca."

27.8.04

"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: 'Navegar é preciso, viver não é preciso'. Quero para mim o espírito desta frase, transformada a forma para casar com o que eu sou: viver não é necessário; o que é necessário é criar."

Trecho de "Palavras do Pórtico" de Fernando Pessoa

25.8.04

Na pele

Funciona mais ou menos desta forma: você escuta os outros falando sobre como é bom, vê algumas pela rua e aquilo acaba despertando a curiosidade. Como seria se eu tivesse uma tatuagem? A partir desse momento é possível que você pense mais seriamente no assunto ou simplesmente deixe o tempo passar. Até que um dia ela aparece. A ilustração perfeita. Claro, tem gente que pega qualquer desenho porque "acha bonito", porque "é legal". Outros preferem fazer uma pesquisa mais detalhada. Mas, pra mim, ela surgiu naturalmente. Uma figura que tem a ver comigo, que diz algo sobre mim, e que, porque não, me completa. Começa a fase do namoro, da análise, das dúvidas, "será que é isso mesmo que eu quero?". Porque não dá simplesmente para pensar "Ah, se não ficar bom, eu tiro". E, assim, chega o dia da decisão enfim tomada. Felicidade e ansiedade em doses iguais por aquilo que somente está por vir. Mas tudo isso passa e vem a dor. Estridente, desconcertante. Sim, suportável, mas que desestabiliza e, por alguns instantes, faz esquecer todas aquelas coisas boas do processo: a escolha do desenho, as melhorias feitas nele com o tempo, a notícia dada aos amigos. Uma dor que, apesar de tudo, é necessária. A gente levanta daquela mesa e promete nunca mais se sujeitar àquilo de novo. Passar por tanto sofrimento não vale a pena. Não compensa. Aos poucos a ferida das agulhas cicatriza. Cria-se uma casca, preparação para a pele nova que nasce. A coceira te recorda algumas vezes do que a pouco você passou. Até que um belo dia, do nada, você se esquece. Da tatuagem e da dor. E olha que o desenho está ali. O sentimento, não mais. Vez ou outra a gente dá de cara com a imagem te olhando no espelho. Ou alguém te lembra dela. Mas a marca já se incorporou. Depois de tudo já não parece tão absurdo fazer outra. E foi assim, pensando em fazer minha segunda tatuagem, que eu encontrei, despretensiosamente, uma interessante metáfora para o amor.

Cante com o LLL

Pra aprender a ler,
pra isso não tem hora.
Pode ser de dia,
pode ser de noite,
pode ser agora.

Pode ser jovem,
pode ser adulto
ou aposentado.
Pra aprender a ler
só não pode ficar parado!


24.8.04

Carrie, a estranha*

Pensei em escrever sobre o perfil dos homens da série, sobre o velho teorema "é dos cafajestes que eles gostam mais", sobre o machismo do último episódio e sobre uma infinidade de outros aspectos do final de Sex and The City. Mas como as emoções que me tomaram conta não permitiram, prefiro deixá-los com o texto da Carla Rodrigues do nomínimo.com sobre o destino de Carrie, Samantha, Miranda e Charlotte.

*O título desse post era o título de um dos meus textos, o que falava sobre Carrie ter detestado Paris. Tsc, tsc, tsc...

Se eu não fosse publicitário...

... seria escritor de besteiras do Sony Entertainment Television. Se já não bastassem as hilárias vinhetas do canal, agora resolveram mudar os nomes das séries em homenagem às Olimpíadas. Alguns exemplos:

That's LXX's Show (That's 70's Show)
Law & Order: Criminal Intakis (Law & Order: Criminal Intents)
Greek Dreams (American Dreams)
Scrubpoulos (Scrubs)
Joan of Athenas (Joan of Arcadia)
CSI Creta (CSI Miami)
e a minha predileta: Will & Greece (Will & Grace)

23.8.04

Momento Olímpico

A Daiane não foi bem, mas o diretor de arte da agência imitando a coreografia dela no meio do corredor valeu nota 10! Hauhaauhaauahauahau

22.8.04

Lá vem o pato, pato aqui, pato acolá

Desculpem o trocadilho, mas dá muita pena mesmo de quem compra um livro de auto-ajuda empresarial chamado "O que podemos aprender com os gansos?".
Eu ia comparar toda a comoção gerada com a morte do índio Galdino, queimado aqui em Brasília, com as notícias sobre os 15 feridos e 6 mortos nas ruas de São Paulo. Mas como sempre tem alguém pra dizer que não dá pra comparar, que é diferente, que aqui foi pior, prefiro ficar quieto.

20.8.04

Olimpícas

Li hoje no blog da Adriana Max a incrível história das ginastas romenas que participaram de um DVD japonês no qual apareciam se exercitando NUAS nos aparelhos. Essa cabecinha aqui, que não consegue ver uma besteria sem pensar em outras, ficou logo imaginando como seriam os títulos dos filmes se as mocinhas partissem de vez para o mundo pornô...

"Agarrada na barra"
"Me deita no solo"
"A mestre dos aparelhos"
"O cavalo e eu"

A cidade de Lucio

A razão do meu nome é bem menos nobre (história para outro post), mas para todos que me perguntam, respondo que sim, meu nome é uma homenagem a Lucio Costa, o "inventor" de Brasília. E a reportagem sobre o urbanista na Veja desta semana me deixou ainda mais orgulhoso da decisão não intencional de meus pais. Ela fala sobre o acervo de Lucio que está sendo compilado e estará disponível na Internet em breve. São cartas, esboços, comentários e muita, muita sensibilidade. Isso é o que dá para perceber pelo pouco que se mostrou na matéria. E uma coisa particularmente me tocou: o seu carinho por Brasília. Sim, era um carinho quase paternal e não um orgulho egocêntrico que ele sentia pela capital. Sentia-se magoado com as críticas à cidade que não permitia a flânerie, os passeios à pé. E a defendia sempre que possível. Mas de tudo ficou a constatação feita pelo próprio Lucio em uma vista à nossa cidade em 86: "Brasília + gente, convívio normal das pessoas com a beleza". Graças a você, Lucio. Graças a você.

19.8.04

Óleo de Peroba

Você acaba de levar um baita de um esporro (desculpem a expressão) de seus chefes numa reunião em que a frase mais branda foi "Quem aqui precisa desse emprego?". A qualidade do seu trabalho, sua responsabilidade e seu comprometimento foram abertamente questionados diante do seus colegas de profissão. Ameaças veladas foram feitas no que se refere à sua continuidade no emprego. Depois de um panorama desses o que você faz?

Opção A - Cai desesperadamente de cabeça no trabalho fazendo todos seus jobs e ainda virando noites para fazer trabalhos não pedidos para mostrar pró-atividade.

Opção B - Desinstala o Messenger do seu computador e sai do Orkut para se concentrar mais nos seus trabalhos.

Opção C - TRAZ UMA TELEVISÃO DE 12 POLEGADAS E A COLOCA DO LADO DO SEU MONITOR PARA ASSISTIR AS OLIMP�ADAS.

Não, eu não estou brincando.

18.8.04

Nossos comerciais, por favor.

Anúncios de página dupla, simples, 1/4 de página e rodapé. Filmes de 1 minuto, 30 e 15 segundos. Comerciais para rádio. Textos de merchandising e testemunhais. Outdoors, backligths e todo tipo de mobiliário urbano. Comunicados, folhetos, catálogos, adesivos. É, eu nunca escrevi tanto. E nunca disse tão pouco.

16.8.04

Mudar pra quê?

O convite era para escrever um texto qualquer com o tema "Transgressão" para uma revista chamada Verborragia, só de redatores publicitários. Acabei transgredindo o prazo por não gostar do que escrevi. E também por motivos "políticos". Vai pro baú então.

Naquela manhã cinza e qualquer não levantou com despertador. Não escovou dentes, não tomou banho e nem mesmo rosto lavou. Também não penteou cabelos. Não escolheu meias que combinassem com sapato, gravata que batesse com camisa, cara que compusesse com humor. Não tomou café. Descafeinado. Escolheu não caminhos traçados, senão trajeto longo para diário mesmo lugar. Não chegou quando combinado. Não deu bom dia, cumprimento ou olhar. Sem esforço, não pensou prazos, trabalhos, chefes. Nem olhos dela mais lembrou. Não pressionou teclas ou escutou bips. Não, nada. Procurou também não pensar tudo que havia deixado para trás. Mas, instintivamente, voltou atenção para 30 minutos passados de vida. E se deu conta de que dela não tinha forças para escapar.

"Escapa de tu casa,
escapa de tu familia,
escapa de tu trabajo
y vive la vida"

Escrito em um banco de madeira em Barcelona


12.8.04

A ruína!

Falência! Bancarrota! Miséria! Fome! Tudo porque acaba de ser lançado isso. E nos Estados Unidos. Se já não bastasse me afundar no vale negro do cartão de crédito, ainda tinha que ser em dólar. Nossa Senhora dos Frilas, rogai por nós.

Pra que serve a vida

Enquanto minhas próprias palavras não vêm, deixo vocês com as do blog Alfarrábio, do Paulo Bicarato, e um texto maravilhoso sobre pra que serve o Orkut. E eu completo: é pra isso que serve a vida.

11.8.04

Um passo à frente e você não está no mesmo lugar

Chega de pataquada. Vamos colocar esse buteco para funcionar.

6.8.04

Da série: "Ditados Modernizados"

Minha vida é um blog aberto.

08.10.03

Rico mesmo vai ficar o cara que inventar um Engov para ressaca moral.

12.04.03
Que me perdoem os diretores de arte, mas texto é fundamental.

07.02.03
O trabalho enobrece o homem. E muito mais o patrão do homem.

05.02.03

4.8.04

Conto(s) de Amor(es)

Ele era apaixonado por galeto. Certo, certo... Com tantas coisas mais interessantes para se apaixonar - literatura, cinema, arqueologia, história natural, etc. - foi se tornar logo um amante de galetos. Um prato que não freqüenta nem as caçarolas de chefs famosos, nem os pratos de exigentes gourmets. Mas com um homem e suas paixões não se discute e ele era louco por galeto. Ao menos não era por qualquer um. Somente aquele assado lentamente na brasa e temperado com as mais frescas e fragantes especiarias. Nunca se atrevera, por exemplo, a tentar ele mesmo preparar sua comida preferida. A simples probabilidade de experimentar seu prato, feito por mãos inaptas, lhe tirava a fome. Por isso, passava dias à procura de novos restaurantes onde pudesse apreciar a carne. Foi em um desses lugares, uma pequena galeteria no centro da cidade, que conheceu Amanda. Era a filha do dono do restaurante que, vez ou outra, ajudava o pai à atender os famintos clientes. E a abrir seus apetites. Tão bonita que apenas uma vez, aquela vez, ele se distraiu da sua comida por um outro motivo. Acabaram se conhecendo, se enamorando e, com o tempo, surgiram os primeiros convites para que voltasse à galeteria. No começo, até se esforçava para pagar as contas mas, diante das constantes recusas, passou apenas a comer, sem outras preocupações. E não saboreiava o acepipe somente por não ter que pagar ou como forma de agradar os parentes de sua namorada. O galeto suculento daquela família realmente figurava no seu "Hall da Fama" de galetos. Palavra de especialista. Assim, depois de muitos galetos passados por seus talheres, acabou se casando com a moça e superaram, até, a primeira crise da união, causada por uma discussão sobre o menu da festa de casamento. Mas, com os anos, ele se deparou com uma dúvida que lhe tirou o sono por várias noites. Numa dessas peças que prega o destino, não teria ele, mesmo que inconscientemente, casado com a bela loira gaúcha apenas pela conveniência que lhe traria para saborear constantemente o seu tão amado galeto? Com Amanda seu prazer era mais fácil. Prendada, aprendera à preparar o assado em casa e ele já não precisava nem mais ir à rua para consumar, e consumir, sua paixão. Quando o sabor caseiro lhe entediava, bastava recorrer ao restaurante de seus sogros. Não gastava mais dinheiro, não perdia mais tempo consultando revistas e guias gastronômicos, não existia mais a preocupação de uma "entre-safra" de galeto. E a dúvida o angustiou até chegar ao cúmulo de mensurar, apontando em uma folha de papel, os prós e contras do prato e de sua esposa. Ao fim do dilema, escolheu deixar sua mulher. Se seu amor não era forte o bastante para decidir rapidamente uma questão estapafúrdia como essa, era melhor não estarem juntos. E percebeu, também, que já era hora de parar de comer os tais galetos.

04.02.03

3.8.04

Coração espetado

Cupim. Cada vez que eu penso nisso fico mais puto. Como ela pode ter me largado, puta que pariu? Costela. Mulher é foda. Aquele jeito de suburbana, de garota de morro. A grana que gastei com roupa, tratamento de pele, levando pra lugar chique. Coração de galinha. Claro que amor se compra com dinheiro, cacete. Duvido que ela vá encontrar alguém que a trate do jeito que eu fazia. Tudo do bom e do melhor. Costelinha de porco. O pior é que os amigos avisavam. Essa merda de ficar apaixonado faz a gente de otário mesmo. Picanha. Apaixonado... Paixão porra nenhuma. Todo mundo sabe que eu só queria mesmo era comer aquela sacana. Filé com bacon. Porra de crise de ansiedade. Lá se vai pra cucuia o meu regime. Também foda-se. Alcatra.Tomara que meu estômago exploda, que eu morra. Melhor do que ver de novo a cara daquela vagabunda.

(N.A.: Esse texto foi originalmente escrito para um concursos de contos sobre os maiores gols da história do futebol. Na versão original, a ida até o rodízio era a minha explicação para o gol de barriga do Renato Gaúcho na final do Campeonato Carioca de 1995. Como não o encontrei, resolvi reescrevê-lo. )

29.10.03

2.8.04

Seis números

Olhava resignado para o volante que segurava. No estômago sentia o revirar dolorido da apreensão. No bolso o peso do Taurus modelo 82S. Gastara seus últimos reais, emprestados, no revólver. Calibre .38 especial, cano de 76 mm, acabamento em aço inox. Seis tiros. Seis números. Estava decidido: sua vida agora estava nas mãos da Caixa Econômica Federal. Ia pro tudo ou nada. Apostara todas as fichas. Ou acertava aqueles malditos números ou dava cabo daquela vida miserável. Vida que passara num flash ao marcar o cartão esverdeado. 07 e 10. Dia e mês do seu nascimento. Ou quando sua desgraça começara, como costumava dizer. 22. A idade que tinha quando deu seu primeiro beijo. "Agora passa pra cá meu dinheiro", escutou logo depois. 30. A idade que se casara com Marlene. 42. O tamanho dos sapatos que encontrara escondidos no armário e que não eram seus. 43. A idade em que finalmente teria paz. Ou a dos milhões ou a do descanso eterno. O sorteio era em Esteio, terra para onde se mudara, certa vez, para encontrar uma desejada namorada por correspondência e encontrara um rapaz franzino lhe esperando. Mais um sinal de que, daquele lugar, sairia a solução que poria logo fim a todos os percalços, as humilhações, os azares, as tristezas, os desencontros e os desenganos que acumulara durante todos aqueles anos. E, sorteados os números, o prêmio também acumulou.

14.01.04

1.8.04

Eu vi! Juro que vi!

No Parque da Cidade, um stand da campanha "UFOs. Liberdade de Informação já!" que quer mandar ao Congresso Nacional uma petição para que toda informação sobre atividade extraterrestre no país seja tornada pública pelo Governo brasileiro. Acha que é brincadeira? Pois não é. O movimento é apoiado por organizações sérias como Entidade Brasileira de Estudos Extraterrestres pelo Instituto Nacional de Investigação de Fenômenos Aeroespaciais, além do Centro Brasileiro de Pesquisas de Discos Voadores, do Núcleo de Pesquisas Ufológicas e pela Revista UFO. Pra quem só acredita vendo, eu tenho aqui comigo um folder da campanha. Então tá, então.

29.7.04

Entrevista de Trabalho

Enquanto advogados, publicitários, entre outros, reclamam de excesso de trabalho e falta de estímulo, alguns profissionais estão bastante valorizados...

- Oi, Valdirene! Entre, por favor.
- Dá licença.
- Escutei falar muito do seu trabalho, tive boas referências e resolvi te chamar para fazer uma proposta.
- Hum...
- A pessoa que cuidava desse setor não se adaptou, tinha problemas pessoais e eu tava precisando de alguém como você aqui para gerenciar tudo.
- É um serviço difícil, né? Têm que ser feito direitinho... E eu tenho meu jeito de fazer, que tá dando certo nos lugares onde eu já trabalhei.
- Ah, sem problema quanto a isso. Você vai ter carta branca pra fazer como quiser.
- Têm outras coisas que eu também queria saber.
- Claro, pode falar.
- Quantos filhos a senhora têm?
- Er...bem... Eu tenho 4 filhos. Quatro meninos.
- Quatro!?!? E meninos?!?!
- É... mas... olha, eles são muito educados. E a gente pode, de repente, fazer um rodízio. Manda dois pra casa da minha mãe, depois manda os outros dois...
- Sei... E os produtos de limpeza que a senhora usa?
- Geralmente compro os com a marca do supermercado, mais baratos e...
- Ah, eu não trabalho assim, não. Depois a culpa da sujeira cai toda em cima da gente. Só com material de primeira.
- Tudo bem... Vai pesar um pouco no meu orçamento mas dá-se um jeito.
- A senhora recebe muita visita em casa?
- Eu? Ih... Aqui tem vezes que até telefone fica dias sem tocar.
- Certo. E quais os benefícios a senhora oferece?
- Os de sempre: vale transporte, descanso semanal e uma coisa que só tem aqui, viu! Quarto com TV a cabo.
- Eu só assisto novela. Da Globo. Mas é um plus a mais...
- Mas eu queria que você não pensasse só no dinheiro. A gente aqui é uma família. Se a gente ganha, você ganha. Precisamos de alguém com garra, deter...
- Certo, certo... A senhora faz o seguinte: liga daqui uns dias no meu celular, que eu recebi outras propostas e ainda tô analisando. Aqui meu cartão.
- OK, então... Waldyrenne. Eu te ligo.
- E por favor não comenta que tive aqui, porque eu ainda não saí do emprego onde eu tô, fica chato.
- Claro, óbvio. Não comento nada, não. Pode deixar que eu ligo. Não esqueço.
- Quatro filhos... Tá certo...

25.09.03

28.7.04

Encontra-se

Mais uma vez fui atrás de ninguém.
Se me vissem procurando ninguém, me perguntariam "Quem?"
Ninguém que me chateie, nem me deixe mais sozinho.
E ninguém que não queira me escutar ou ficar calado.
Outra noite fui buscar ninguém. E, lógico, encontrei.
Quem sabe, outro dia, alguém também me encontre.

18.09.03

27.7.04

Sopro

Tuas palavras me dobram e não me partem.
Me dão certeza de que me fazes forte, resistente.
Como há muito não me sentia,
me sinto eu novamente.

Muro

Medos calam as palavras.
Angústias bloqueiam os pensamentos.
Inseguranças abalam as construções.
Raivas esmagam a eloqüência.
Hoje a vida me impede de escrever.

15.12.03

Primeiro post do resto de nossas vidas

Aviso aos navegantes: ao contrário de 2003, quem está no controle deste ano sou eu.

05.01.04

(N.A.: essa foi a previsão mais errada que algum ser humano já ousou fazer na face da Terra.)

26.7.04

Minhas obras

A palavra é meu tijolo. E com ela construo casas, muros, canteiros. Mas não se engane quem lê agora essa pequena construção. Não sou engenheiro ou arquiteto. Sou simples pedreiro. Pouco sei sobre levantar frases. Mas observo os mestres e, aos poucos, também uso cimento, areia e brita para por de pé o meu trabalho. E não quero ser grandioso. Quero entregar pequenas casas, que sejam aconchegantes. Ou até mesmo um muro que ofereça um pouco de sombra em um dia quente. Mas se um dia erguer uma escada difícil de escalar, com alguns degraus irregulares, por favor, não dispense meus serviços. Estou somente no começo de minhas obras. Minhas obras.

(iniciado em JAN/03 em Lisboa)

17.06.03

As mensagens dos filmes

Feche os olhos e imagine a cena: depois de um longo e tedioso dia de trabalho você vai ao cinema buscando a distração, a diversão e a paz que só uma sala escura pode propiciar. O filme começa com uma cena de nudez fotografada por Walter Carvalho, o que a torna muito mais do que uma simples cena de nudez, e, de repente, seus pensamentos já totalmente imersos naquela poesia em forma de imagem são interrompidos por um grito de "DILIÇA!!!!!" Isso mesmo: "Diliça". Bem, sendo eu um cara muito otimista e como o filme estava apenas começando, quis acreditar que fosse apenas uma reação isolada, talvez causada pela mesma emoção que aquela primeira passagem me causou, com um pouco mais de "verve", para não dizer descontrole, é claro. No entanto o filme prosseguiu e os gritos também. Sem contar os mais imbecis comentários. Não, não sou um daqueles pseudo-intelectuais que gostam de fazer observações inteligentes sobre a película enquanto assistem. Quero somente o silêncio. Mas escutar "Ela está sem calcinha" pelo menos umas 10 vezes durante a projeção irritaria qualquer espectador. Rapaz calmo e controlado que sou atualmente, preferi não repetir algumas de minhas passagens cinematográficas no cinema nas quais fui protagonista de discussões woodyalleanas por causa da falta de educação. Levantei-me e troquei de lugar pois o "comentarista", além de tudo, estava apenas uma fileira atrás de mim. E toda essa história se prolongou até o fim. Coisas assim realmente podem estragar uma boa noite de cinema e só conseguia pensar, no fim da sessão, em improvisar uma forca com um rolo de filme e colocar ao redor do pescoço daquele indivíduo. Quem sabe, talvez, aproveitar a inflamabilidade da película e também atear-lhe fogo. Tudo para aplacar um pouco a minha irritação. Mas, como muitos bons filmes, essa história também tem uma reviravolta e uma mensagem no final. Aquele homem, nos seus 34, 35 anos, fazia parte de um grupo de pessoas. Pelas roupas que usavam, pareciam ser pessoas humildes, trajando seus melhores costumes, aqueles guardados para ocasiões especiais. Chegaram ali de ônibus, e não um desses com cadeiras estofadas e ar-condicionado, mas um daqueles sujos e duros que muitas pessoas são obrigadas a agüentar diariamente. Posso até estar enganado, mas para algumas daquelas pessoas, certamente, poderia ser a primeira vez em um cinema. Ou uma segunda. E logo para ver um filme como Amarelo Manga. Me veio à cabeça as primeiras vezes que freqüentei o cine Atlântida. E o quanto gritei vendo Goonies. Abri a porta do meu carro, dei a partida e saí. Um pouco mais calmo.

25.10.03