29.11.06

Música é para ver



Quantas letras de músicas já disseram exatamente o que você estava sentindo mas nunca conseguiu colocar em palavras? Aposto que muitas. E agora dá pra usar esses tantos versos pra decorar a sua casa. Um projeto da EMI chamado "It's Pop. It's Art" vai transformar em quadros suas estrofes favoritas. Basta escolhê-las no banco de dados de mais de 1 milhão e meio de músicas da gravadora.

Bom, essa é a boa notícia.

A má notícia é que - com exceção das primeiras músicas escolhidas para o projeto (entre elas "Last Night a DJ Saved my Life" do Indeep) que custam 65 libras aqui - a criação de um quadro personalizado com sua música predileta vai custar nada mais, nada menos, que 4000 libras! Bom, melhor deixá-las no peito mesmo...

25.11.06

Pra frente, Brasil!

Fiquei sabendo que um filme do Bressane tinha sido selecionado pro Festival de Cinema de Brasília mas não ficou pronto a tempo, sendo substituído por outra película. E depois ainda tem gente que diz que esse país não tem jeito! Ou, como diria Tutty Vazques, "essas coisas a oposição não vê!"

21.11.06

Crescei-vos e Multiplicai-vos!



E na esperança de aumentar a audiência e o número de comentários nesse buteco, apresento-lhes Júlia, a mais nova integrante da família Silva. Aproveito para deixar registrado meu aviso à mocinha: as coisas por essas bandas não andam fáceis!

17.11.06

Soledad,
aqui están mis credenciales,
vengo llamando a tu puerta
desde hace un tiempo,
creo que pasaremos juntos temporales,
propongo que tu y yo nos vayamos conociendo.
Aquí estoy,
te traigo mis cicatrices,
palabras sobre papel pentagramado,
no te fijes mucho en lo que dicen,
me encontrarás
en cada cosa que he callado.
Ya pasó
ya he dejado que se empañe
la ilusión de que vivir es indoloro.
Que raro que seas tú
quien me acompañe, soledad,
a mi, que nunca supe bien
cómo estar solo.


Soledad - Jorge Drexler e Maria Rita

12.11.06

Sobre ursos e gentes



Dois documentários, de dois velhos - e excelentes - diretores. Aluguei, no mesmo dia, "O Fim e o Princípio" do Eduardo Coutinho e "O Homem Urso" do Werner Herzog. E, coincidentemente, os dois filmes mostravam a relação do homem com a natureza. O alemão mostra a história de um "pesquisador" de ursos no Alaska. Coutinho, a vida e a história de uma comunidade no interior da Paraíba. E tão diferentes quanto as realidades desses dois lugares são os caminhos tomados pelas pessoas dos 2 filmes. O "Homem Urso", conta a trajetória do ativista Timothy Treadwell, que por 13 anos conviveu com ursos no meio do nada na esperança de protegê-los. No fim das contas, por inconformismo ou simples loucura, "Timmy" só que fazer parte daquela natureza, virar um dos ursos. Ao contrário, em "O Fim e o Princípio", o sertão duro e seco, não consegue fazer com que as pessoas desistam da sua humanidade. Por indiferença ou por fé.

Tell me now, how do I feel*



O show foi ótimo, apesar do som baixo. Encontrei, como imaginei, pessoas que saíram direto dos anos 80 lá para o Nilson Nelson. E amigos novos também. Dancei como nas festinhas na casa dos amigos do Santo Antônio. Dancei mais ainda com o Peter Hook, como DJ, tocando milhões de remixes do New Order, numa festa pós-show. Ele, simpaticíssimo, distribuindo autógrafos e sorrisos para todos. Mas, de todas as coisas ao redor do concerto, não foi isso o que mais me chamou a atenção.



No dia do show, acordei pensando em dar logo uma olhada no, dito, principal jornal da cidade, para saber mais sobre a festa. "Capa do caderno 'Final de Semana'", eu imaginei. E olha o que encontrei: lá dentro do caderno, escondido entre restaurantes e filmes estreiando, uma notinha de 3 colunas por uns 20 centímetros sobre o show. E, o horror, na página oposta uma outra nota, com quase o dobro do tamanho, sobre a banda Calypso. Detalhe sórdido, meus amigos: essa banda não é a "famosa" banda Calypso, da loira e do loiro oxigenados. É uma outra! A Calypso do Pará! Uma espécie de franchising do forró-brega. Foi quase uma ofensa pessoal. E não tem nada a ver com gosto musical. É uma simples constatação de quem é mais importante pra música mundial e também no Brasil! New Order ou Calypso DO PARÁ?!?!



A única explicação que consegui imaginar pra isso foi uma possível implicância do jornal com o produtor do evento, Rafael Reisman. E aí chegamos onde eu queria chegar O cara é chato, prepotente, mas é a única pessoa que ainda consegue trazer alguma coisa interessante na área de shows para Brasília. E, aí, o que a mídia da cidade faz? Coloca uma matéria menor que a do Calypso DO PARÁ. Os shows não enchem, não se pagam e lá vamos nós gastar nosso dinheiro nos TIMs da vida - que esse ano teve edição até em Vitória - reclamando que nunca os shows bons vêm a Brasília.

*imitando o post dele, também com título new-orderiano.

10.11.06

Meninas levam salgados. Meninos levam refrigerante.

"I would like a place I could call my own
Have a conversation on the telephone
Wake up every day that would be a start
I would not complain of my wounded heart."

New Order - Regret

É... Hoje vai ser uma noite de muitas lembranças e alguns arrependimentos.

6.11.06

Purgatório da Beleza e do Caos

Coloquei mais fotchenhas do Rio no Flickr. Um mate e um saquinho de Biscoito Globo pra quem aparecer por lá.

FIC com LLL

Como acontece todos os anos - mentira, só fiz uma vez - você vai encontrar aqui pequenas resenhas descompromissadas sobre os filmes que assistirei no Festival Internacional de Cinema de Brasília. E pra auxiliar ainda mais os 4 leitores dessa birosca, criei um sistema de avaliação: a Escala Irã. Agora você vai poder entrar na sala de cinema já sabendo o nível de iranianização da película em cartaz. Assim, 0 é o filme nada iraniano e 5 é o filme que provavelmente tem uma macieira (ou cerejeira, ou amexeira, ou mangueira - Tem mangueira no Irã?), um menino descalço correndo sem rumo e vai terminar sem explicar porra nenhuma do que aconteceu nas últimas 2 horas e 40 de filme. Depois não diz que eu não avisei...


"Carteirinha, por favor."

37 utilidades para uma ovelha morta (Ben Hopkins/Reino Unido): sério, o nome do filme é esse mesmo. E não é uma metáfora. Nesse filme, um documentário com algumas cenas hitóricas reconstituídas, você fica mesmo sabendo o que fazer com uma ovelha morta. Se você gosta de History Channel ou National Geographic, também vai gostar de "37 utilidades...", que conta a história de um povo que vivia no c... do Judas entre o Afeganistão, Rússia e China e acabou na Turquia. Tá, vai, é legalzinho.
Avaliação: 1 iraniano (Porque é falado quase 90% do tempo em uma língua estranha.)

Half Nelson (Ryan Fleck/EUA): mais um filme mostrando o racismo e as mazelas da sociedade americana. Tipo "Crash", só que mais profundo e mais com cara de filme independente. O nome do filme deve ser uma referência a alguma medida de drogas, já que o filme é sobre isso, não sei bem. Alguém me explica? Belo filme.
Avaliação: 1 iraniano (Porque de vez em quando ele fica lento demais)

O Céu de Suely (Karim Aïnouz/Brasil): bom, filme brasileiro que se passa no interior do Nordeste é sempre aquela coisa... "Tem que ser cru, sem maquiagem, sem diálogo." Tá, tudo bem, mas um molhinho, uma edição menos corte seco, bem que podia, né? É bonito, a história sensibiliza - uma garota que "se rifa" pra conseguir fugir do sertão - mas tenho minhas ressalvas.
Avaliação: 3 iranianos (Porque, além de tudo, o diretor tem nome de turco.)

Red Road (Andrea Arnold/Inglaterra): depois de receber a indicação de um amigo cineasta e de treinar a pronúncia correta pra falar na bilheteria, lá fui eu ver o Red Road. E foram 113 minutos louco pra ir no banheiro e sem conseguir levantar com medo de perder uma parte do filme. Suspense do começo ao fim na história de uma funcionária dessas centrais de monitoramento de cidades que revê, em uma das câmeras de vigilância, um homem que marcou a sua vida. Muito bom.
Avaliação: 0 iranianos

O talento de cada um (Andrew Wagner/EUA): mais um daqueles filmes que você assiste e depois pensa
"o que eu digo se me perguntarem se eu gostei?" Eu ACHO que gostei porque adoro road movie. Mas a história de uma família cruzando os Estados Unidos e "discutindo a relação" é uma coisa de maluco. Melhora um pouco quando você lê os créditos e entende o filme. Não recomendado para casais em vias de se casarem.
Avaliação: 2,5 iranianos (Só pra me garantir se você não gostar)

4.11.06

Cozinha Prática de LLL

Prato de hoje: Feijoada à Universal

- Dirija-se até o Paulicéia, a.k.a Bar do Raul, na 113 sul;
- Peça uma marmita de feijoada magra;
- Tome um caldinho de feijão enquanto espera;
- Volte ao seu lar;
- Coloque um prato grande sobre a embalagem de alúminio aberta;
- Em um movimento rápido, dê um giro de 180 graus, invertendo as posições do prato e da embalagem;
- Levante a embalagem de alumínio pronunciando a palavra "Voilá!"

Serve 1 faminto.

3.11.06

Loiras, morenas e ruivas

Duvel
Maredsous 6
La Trappe Blond
Eisenbahn Strong Golden Ale
La Trappe Quadrupel
Chimay Peres Trappistes
Bohemia Confraria
Paulaner Salvator

Tudo isso às 3 da tarde de sexta-feira.
Boas férias pra você também!

Robôs x Humanos - A batalha final

De um lado uma nave luminosa piramidal pilotada por 2 robôs. De outro, 3 homens de preto. No meio dessa briga, milhares de pessoas embasbacadas. Entre elas, eu.



Impossível não pensar que no painel daquela pirâmide não houvesse apenas um grande botão vermelho, que foi ativado no começo do show do Daft Punk e só foi desligado no final. O playback mais pirotécnico do planeta. Mas ninguém se importou. Algumas pessoas não conseguiam nem dançar diante daquilo tudo. Clássicos, clássicos e mais clássicos da música eletrônica. Torçam o nariz os defensores dos outros tipos de músicas mas existem, sim, os clássicos eletrônicos. E foi lindo, emocionante, mesmo sem um "bis". E acho que ninguém se importaria se eles apertassem o grande botão vermelho e tocassem as mesmíssimas músicas outra vez. Éramos todos máquinas repetidoras ali, naquele momento.



Dois dias depois, o trio do Brooklin deu o troco pelos humanos. Uma base tocada por Mix Master Mike e 3 três poderosas vozes quarentonas estraçalhando com nossos ouvidos. Uma pancada. Pessoas quicando até o teto. Eram os Beastie Boys em carne, osso e cordas vocais. Era a reviravolta do "ao vivo" contra o eletrônico. E quando todos pensavam que tinha acabado, ainda faltava "Sabotage". A última música do show, a última música do festival. E tocada com baixo, guitarra e bateria, pelas 3 bestas do hip hop. Até agora não sei o que me acertou.



No fim, impossível declarar um vencedor. A batalha entre máquinas e pessoas continua indefinida. Pelo menos até o próximo festival. Uma guerra em que os únicos feridos foram as pobres articulações das minhas pernas.

1.11.06

Entre o 9 e o 10




Assim em Ipanema como na vida.