31.3.09

A cura

Ele abriu seu discurso falando da falibilidade do ser humano. Passeou pela descrições amorosas de Shakespeare a Machado de Assis. Desfilou argumentos das novelas de Janete Clair e dos clássicos de Billy Wilder. Evocou, equivocadamente, as religiões poligâmicas e até o inexplicável poliamor. Por fim, desapegou-se de referências mais cultas e apelou para a excruciante dor de um coração partido. Ela escutou pacientemente cada um dos argumentos. E, sem mover uma linha de expressão, tirou da bolsa um band-aid e lhe entregou sem nenhuma palavra.

18.3.09

Thou shalt not laugh

Em tempos de médicos excomungados e estupradores perdoados, cometa o 8º pecado capital - baixar arquivos gratuitamente pela Internet - e assista o quanto antes o documentário ""Religulous". Apresentado pelo comediante americano Bill Maher e dirigido por Larry Charles, diretor de Borat e ex-roteirista de Seinfeld, o filme segue a linha humorística de Borat, que faz rir com entrevistas extremamente constrangedoras. Mas, ao contrário do ignorante jornalista do Cazaquistão, Bill Maher dobra seus entrevistados com muito conhecimento e bom humor. E falando de um assunto bem delicado: religião.



Apesar de passar 80 por cento do filme espinafrando os cristãos (protestantes e católicos), religiões maioritárias nos EUA, o humorista também reserva boas esculhambadas para judeus, muçulmanos, mórmons e até cientologistas. Sempre utilizando suas próprias escrituras e dogmas para mostrar o quão absurdas são suas crenças. Muitas são as vezes que os entrevistados mal conseguem esconder a vergonha de terem sido pegos em situações rídiculas.



Cenas de filmes bíblicos dão um tom ainda mais sarcástico por todo o documentário e até uma interessante convocação, para que os ateus saiam do armário, é apresentada. Mas, no fim, mais do que uma explanação sobre as maluquices de cada religião, fica uma forte mensagem de como a fé desenfreada pode gerar coisas muito piores do que um filme cheio de gracinhas.

Recomendado fortemente para minha herege preferida.

14.3.09

Blueberry, Cramberry, Chuck Berry



Farmer's Market - San Luis Obispo, CA

11.3.09

Tears not for fears

O choro foi por uma mistura intensa de euforia com tristeza. Regado, também, com meia garrafa de vinho. Mas não de medo. Esse, específico, já deixei de ter faz algum tempo. Logo logo eu compartilho com vocês. :D

7.3.09

In a Sentimental Mood

"Coloca uma música", ela pediu. Logo tocava jazz. Ela suspirou, de decepção. "Acho um pouco chato." Ele se levantou outra vez, puxando ela consigo. Posicionou um das mãos dela sobre seu ombro e segurou levemente a outra. Trouxe ainda o quadril dela mais para perto. Ela, naturalmente, descansou o rosto no ombro dele. E sorriu.

Puzzle

A gargalhada dela se encaixava com o bom humor dele.
O carinho dela se encaixava com a insegurança dele.
As receitas dela se encaixavam com a fome dele.
A melancolia dela se encaixava com o ombro dele.
As coxas dela se encaixavam com o rosto dele.
Até que, um dia, alguma coisa não mais se encaixou.
E tudo que sobrou foi uma caixa empoeirada, cheia de lembranças desencontradas.

5.3.09

Não me conformo

Então é assim?
Remar conforme a corrente?
Dançar conforme a música?
Jogar conforme as regras?
É muito difícil perceber que,
pra certas coisas melhorarem,
só mesmo você piorando.

4.3.09

Eu criei o Twitter!




Talento eu tenho. O que eu não tenho é visão.
Lendo um post anti-Twitter no JoshSpear.com, lembrei de um dos muitos blogs que tive nessa vida. Chamava "Como estou hoje?". E graças à inigualável Wayback Machine consegui resgatar o blog para provar para vocês. Ele é de 2003 (!) e ainda tinha um twist: eu tinha que postar todos os dias e não podia repetir o mesmo "estado" 2 vezes. Taí porque acabou tão rápido. Talento eu tenho. O que eu não tenho é saco.

2.3.09

LCD de Cachorro


Farmer's Market - Ferry Building, São Francisco

1.3.09

lost in translation

You say either and I say either.
You say neither and I say neither
Either, either Neither, neither.
Let's call the whole thing off.

You like potato and I like potahto.
You like tomato and I like tomahto.
Potato, potahto, Tomato, tomahto.
Let's call the whole thing off

But oh, if we call the whole thing off
Then we must part
And oh, if we ever part,
then that might break my heart


Let´s call the whole thing off - George Gershwin

Mas quando eu, em silêncio, olho pra você, tudo fica claro.