13.9.04

Eu não gostava de bacalhau quando era pequeno. Não era frescura, era trauma mesmo. Quando meu pai gritava "Olha o bacalhau!", levando a travessa até a mesa, me vinha à cabeça a imagem do Chacrinha jogando aquele troço seco e branco para a platéia. Ou pior: a figura medonha do Russo, desdentado, entregando o peixe, descabeçado, pro apresentador. Não dava pra engulir. Nem a lembrança, nem o prato. Alguns traumas de infância continuam, mas esse desapareceu. Hoje gosto bastante, ainda mais por causa da sua boa integração gastronômica com o azeite de oliva. Mas a comida ainda me lembra os programas de auditório. Do jeito que o preço vai, e com essa onda de saudosismo que anda por aí, não vou ficar admirado se algum apresentador da nova geração, inspirado no Velho Guerreiro, comece a premiar os telespectadores com "10 mil reais em barras de bacalhau".

2 comentários:

Valentina disse...

Gentem! Tenho um irmão gêmulo! Lúcio, tenho trauma de bacalhau pelo mesmo motivo... hahhaha.
Hoje eu como, mas se eu puder evitar, eu evito.
Se a moda voltar, vou garantir o primeiro lugar do auditório. Vai que eu pego o bacalhau! Vendo na hora!!

Nivas Gallo disse...

E a mandioca da Gal Costa?