12.12.05

Um quase ano

Não sei bem o que é pior: um ano ruim ou um ano quase bom. No primeiro você se resigna, abaixa a cabeça e espera a paulada. No segundo não. Fica sempre aquela esperança que tudo vai ser do caralho e sempre, na hora H, alguma coisa dá errado. Sobra a frustração. E das coisas ruins a gente ainda consegue tirar alguma lição. Mas "o que quase foi" parece só ensinar que o destino, a sorte, a conjunção dos planetas simplesmente não quis que as coisas acontecessem. Eu até tentei, mas não deu. Assim foi meu 2005. Um quase ano.

Eu *quase* operei meus dois joelhos.
Eu *quase* li todos os livros que comprei.
Eu *quase* ganhei grandes prêmios.
Eu *quase* ganhei dinheiro de verdade.
Eu *quase* aprendi a tocar piano.
Eu *quase* me apaixonei de novo.
Eu *quase* arrumei um emprego em Buenos Aires.
Eu *quase* arrumei um emprego em Bogotá.
Eu *quase* arrumei um emprego em Santiago.
Eu *quase* fiz uma viagem maravilhosa.
Eu *quase* economizei dinheiro.
Eu *quase* falei menos do que devia.
Eu *quase* me estressei menos.
Eu *quase* fui feliz outra vez.

2 comentários:

Madame disse...

Que droga!!!
Pensando bem, o meu também... mas há algo que não irei me perdoar nunca: eu QUASE fui ao show do Pearl Jam...

Anônimo disse...

Mas pior mesmo é quando sabemos que estamos fadados ao quase para um tempo maior do que um ano apenas. É por isso que às vezes temos que tomar atitudes menos convencionais e tentar. Porque como diz a Ti, não se vive de quase.
Pelo menos eu não quero nunca mais viver de quase e 2005 foi uma cousa. Misturou tudo que falaste. A frustração e o quase. Que 2006 traga tudo, a plenitude do que cabe.