24.1.05

Minha vida em gigabytes

Resolvi comprar um iPod. E entre as várias opções de tamanho e capacidade, percebi que decidir por um modelo seria como algumas difíceis escolhas que a gente tem de fazer. O quanto eu quero carregar da minha vida comigo? O que eu realmente preciso levar na minha memória pra me sentir bem? Será que andar por aí, o tempo todo, com todas as minhas recordações, é mesmo uma boa? Ou mais prudente é ter apenas o que eu preciso naquele momento? Porque, certas coisas, eu quero é deixar guardadas em um canto escuro do meu próprio HD. Ou gravadas em um CD, escondido numa estante qualquer. São lembranças que, como algumas músicas, melhor não apagá-las. Um dia podem ser úteis. Para serem escutadas em um dia melancólico, por exemplo, ou como simples registros de um tempo que já se foi. Mas uma coisa é certa: logo, novas músicas e experiências vão tomar o lugar do que passou. Eu, e o iPod, vamos ficar. E, ele, só até lançarem algo mais moderno para guardar minhas memórias.

Para ler escutando The blower’s daughter do Damien Rice.

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