25.1.10

Documentário de Origem Controlada - Facing Ali

O filme "When we were kings" parecia ser invencível na categoria "documentário sobre boxe". Mas um novo concorrente ao título apareceu recentemente ameaçando a hegemonia do antigo campeão. E tratando do mesmo tema: the greatest of all times, Muhammad Ali. Só que, dessa vez, a história do maior campeão de boxe de todos os tempos é contada por seus adversários. "Facing Ali" é, além de tudo, um dos filmes (documentários ou não) mais bonitos que já vi.



Antes de entrar na beleza estética, um pouco da história. Entrevistas com grandes campeões do passado ajudam a construir uma nova visão sobre o convertido Cassius Clay. Os derrotados e até alguns vencedores contam sua relação com Ali de uma maneira emocionate e sempre respeitosa com o homem que, todos concordam, foi um ídolo máximo em seu esporte. As lutas, as provocações e tudo que envolvia o lutador é contado por seus adversários com saudosismo e admiração. Mesmo pelos que se sentiram passados para trás em algumas situações envolvendo as disputas.



As histórias de luta também abrem uma interessante oportunidade para que os agora velhos lutadores contem passagens de suas próprias vidas. Algumas envolvendo Ali, outras não, mas que mostram a força que esses gigantes carregavam não só dentro do ringue. A mais curiosa delas revela como um dos mais fortes e agressivos pugilistas da história, George Foreman, teve uma epifânia após uma de suas lutas e, provavelmente a partir dali, se transformou em um fofo vovozinho vendedor de churrasqueiras elétricas.



E, se já não bastasse a beleza de tantas recordações, elas são retratadas ainda com uma beleza descomunal. Com uma fotografia muito cuidadosa e uma representação visual do tema que salta aos olhos. Mesmo as cenas de arquivo, que também estão muito presentes nesse filme, parecem ter sido escolhidas a dedo. Um tributo que contribui muito para reafirmar o boxe com seu título de "a nobre arte".

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