Sua mãe, já senil, a acordava todas as manhãs aos berros. As contas atrasadas lhe tiravam o sono. O namorado a trocara por uma garota “mais gatinhaâ€�. A obturação quebrada doÃa. Não comprava uma roupa nova havia 6 meses. O cabelo, ela mesma ajeitava. Pegava 2 ônibus para chegar ao trabalho. Depois, caminhava mais 10 minutos. Sofria com o salário baixo e com o mal hálito do gerente. Ainda assim arrancou, do fundo do peito dolorido e com uma força que não possuÃa, mais um de seus sorrisos. E, por trás do balcão, pronunciou as palavras que mais queria ouvir:
- Oi. Posso te ajudar?
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2 comentários:
Lucio, gosto pra cacete quando você escreve desse modo. Não sei explicar, mas ao ler, não pude deixar de pensar da Macabéa...
Ah, a Lu perguntou se pode levar esse teu post lá pro glossolalias. Beijos.
muito muito muito bom.
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