9.11.04

Um bofe na Fashion Passion

Um dos programas mais interessantes da minha passagem por São Paulo foi visitar a exposição Fashion Passion na Oca do Parque Ibirapuera. E olha que não é fácil para um homem macho do sexo masculino entender o porquê de se gastar tanto tempo, dinheiro e criatividade para criar roupas femininas. Bofe que é bofe nunca repara na roupa das mulheres e quando repara é pra descobrir como tirá-las da forma mais rápida. Mas, com meu espírito explorador e ávido por conhecimento, decidi que seria uma boa ir até lá. Além do mais, têm sempre umas gatinhas nesses lugares. Passeando pelas salas, comecei a entender que pra inventar moda é preciso ter jogo de cintura, sem trocadilhos. É um tal de fulano solta a cintura aqui, sicrano prende a cintura ali e volta a soltar cintura, e isso não acaba mais. “A moda é cíclica� como diria uma senhora que acompanhava a visita. Até eu - que não entendo de crochê, mas não dou ponto sem nó - olhei com aquela cara de Homem-Chavão. Me supreenderam, particularmente, os japoneses Watanabe e Yamamoto, que levaram o conceito do sushi para a moda: você acha esquisito no começo, mas acaba gostando. Vendo os vestidos de Olivier Theyskens me lembrei de Barbara, já que o guia da exposição falou que a estética do estilista era "uma coisa, assim, cinderela underground". Sei. Com o mesmo guia aprendi a diferença entre alta costura, prêt-à-porter de luxo, prêt-à-porter e roupas de grife. Isso vai ajudar muito nas cantadas com conteúdo fashion, que são a última tendência. Gostei também da história de Chanel, das roupas meio sado-maso do Azzedine Alaïa (pronuncia-se Alaiá, bi) e das invenções do Jean Paul Gaultier. A grande decepção da mostra foi a parte reservada aos brasileiros. Nada contra os estilistas e as peças. Mas ver aqueles biquinis, aquelas mini-saias, aqueles tops, tudo naqueles manequins sem graça… Me apropriando daquela propaganda, o melhor do Brasil são as brasileiras. No mais, foi tudo muito enriquecedor. Entender como a história mundial e a emancipação das mulheres influenciou na produção, ver como a tecnologia das criações muda o nosso dia-a-dia e, principalmente, descobrir que não é preciso ter a língua presa pra apreciar as peças e conseguir pronunciar o nome da exposição.

Amanhã coloco aqui "Um bofe no show do Pet Shop Boys".

3 comentários:

Anônimo disse...

Atendi sua ligação durante o show mas nao consegui escutar nada! E também nao te achei no Mau Mau...o Daniel te viu mas quando eu fui procurar, vc ja tinha sumido. Foi abduzido?

Anônimo disse...

esqueci de assinar o anterior.

rmx

Anônimo disse...

Ai, Baladeiro profissa, conta tuuuuuuuudo sobre o Pet Shop Boys, conta!!!!!!!
Sorella Bionda